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Quem parte o "genuíno pão da unidade"?

É muito importante percebermos o que ocorre quando a imaginação, as teorias e as ideias humanas ganham mais espaço e notoriedade do que a própria Palavra de Deus, audaciosamente indo além do Evangelho que Deus deixou escrito (Gl 1:18). Esta situação comum no chamado "cristianismo moderno" é como um tipo de  fermento que cresce rapidamente, atingindo proporções assustadoras, chegando até mesmo a ocupar mais volume que a própria massa! O Senhor já nos alertou a respeito deste fermento (Lc 12:1) associando-o com a hipocrisia. Além do Senhor, Paulo também nos dá um importante alerta no capítulo 5 de 1Coríntios, contrastando tal fermento com a pureza do sacrifício de Cristo, nosso Cordeiro Pascal.  Certamente não é coincidência que celebração da mesa e da ceia em memória à morte do Cordeiro de Deus é um dos principais alvos das fábulas criadas pela fertilíssima imaginação humana, uma das maiores fontes fermentadoras do universo. Essa celebração foi, ao longo dos tempos, perdendo boa parte da sua simplicidade e profundidade e foi se tornando em um ritual cada vez mais elaborado, requintado, suntuoso...e vazio. Na medida em que era vinculado a muitas doutrinas e teorias, este importante momento em memória da morte do Senhor Jesus se desvinculava do próprio Cristo mesmo.
Importante notar que o Senhor não deixou nenhuma instrução clara a respeito do partir do pão. Ele não deixou nenhuma instrução clara a respeito da frequência (mensal, anual, semanal), do horário, do dia da semana, do tipo de pão, da característica do cálice, do conteúdo (se vinho, ou suco de uva) etc. Quase tudo o que é ensinado é fruto de interpretação e especulação humana. Apesar disso, a Bíblia diz que é importantíssimo discernirmos o Corpo de Cristo para podermos desfrutar das bênçãos e evitarmos o juízo ao se comer o pão e beber o vinho sem discernimento.



Como existem muitas teorias e doutrinas a respeito da celebração da mesa do Senhor, vamos analisar, sob o prumo ds Sagradas Escrituras, alguns exageros e distorções e orar para que o Espírito Santo nos ilumine e esclareça a respeito deste tão misterioso assunto.

Igreja Local Árvore da Vida (IAV) e Living Stream Ministry (LSM)

Acredita que só o pão que é partido pelo grupo seja o único e genuíno partir do pão na cidade em que estão reunidos. As demais celebrações da ceia realizadas nos demais grupos cristãos não são consideradas legítimas. Mesmo quando na cidade há outros grupos que compartilham a visão de "uma igreja em cada cidade" eles lutam para argumentar quem parte o "genuíno" pão da unidade.. As principais lideranças da igreja Árvore da Vida (AV) e do Living Stream Ministry (LSM), assim como o líder máximo do catolicismo romano, o Papa, consideram que o pão partido nos demais grupos cristãos é considerado "pão da divisão", uma verdadeira afronta à unidade da igrejaOs membros da IAV  e do LSM são instruídos pelos seus líderes a não partir o pão quando, por eventualidade, participarem da celebração da mesa do Senhor em outros grupos cristãos.
A discussão a respeito de quem está com o genuíno pão da unidade vai ainda mais longe: Atualmente, com a  separação da IAV do LSM, ambos discutem qual grupo detêm a "genuína mesa do Senhor". O  LSM afirma que "ao se separar do mover da era" a IAV perdeu o testemunho e a comunhão mundial com o Corpo de Cristo. Por outro lado, a IAV diz que o LSM peca por ser "judicial", pois não está no "mover atual" que agora está sob os ombros do ministério orgânico do apóstolo (João) Dong Yu Lan.
Recentemente (novembro de 2010) , um dos mais notórios membros da IAV (Hélcio Almeida), diante da crescente degradação do grupo (principalmente devido à centralização do poder e da mistura do nome da igreja com duas empresas, a Editora Árvore da Vida e a franquia Bookafé), decidiu separar-se. Ato contínuo, muitos outros integantes da IAV desligaram-se. Uns por almejarem uma vida cristã menos fermentada pelo comércio e outros por simples descontentamento. Tais membros também são acusados, pelos outros dois grupos (IAV e LSM), de partir o pão da divisão.

Protestantismo

Dentro do protestantismo, cuja teologia remonta aos princípios da reforma e são influenciados por Lutero eCalvino, são três visões principais quanto a Eucaristia.
Nas igrejas Luteranas existe o entendimento da ceia como essência ou substância do corpo e do sangue de Cristo, e não transformada no mesmo. A essa forma de entendimento dá-se o nome de consubstanciação ou união sacramental.
Na visão de Zuínglio a ceia é a lembrança do sacrifício de Cristo - essa posição é chamada de memorialismo.
A proposta de Calvino, em oposição a Lutero e Zuínglio, era que na ceia ocorria a presença de Jesus, não nos elementos, mas espiritualmente e posteriormente comunicada aos comungantes. A essa forma de entendimento dá-se o nome de presença espiritual.

Dentro da teologia evangelical a Eucaristia é chamada geralmente por "Santa Ceia" ou "ceia do Senhor", derivando da teologia de Zwinglio. O reformador suíço doutrinava que a ceia não podia promover efeitos espirituais, sendo apenas um símbolo e tendo como único efeito o de lembrança.

No século XVII, quando do surgimento da denominação batista, o seu fundador, John Smith, baseou-se, em relação à ceia, nos princípios disseminados por Zwinglio, assim concebendo a ceia apenas como um rito simbólico ordenado por Cristo cujo único efeito é de lembrar-se do mesmo.
O termo preferido é de "ordenança" ao invés de "sacramento". 

Igreja Católica

Na Igreja Católica, a Eucaristia é um dos sete sacramentos. Segundo o Compêndio do Catecismo da Igreja Católica[1], a Eucaristia é " o próprio sacrifício do Corpo e do Sangue do Senhor Jesus, que Ele instituiu para perpetuar o sacrifício da cruz no decorrer dos séculos até ao seu regresso, confiando assim à sua Igreja o memorial da sua Morte e Ressurreição. É o sinal da unidade, o vínculo da caridade, o banquete pascal, em que se recebe Cristo, a alma se enche de graça e nos é dado o penhor da vida eterna." (n. 271). A palavra Hóstia, em latim, quer dizer vítima, que entre os hebreus, era o cordeiro, sem culpa, imolado em sacrifício a Deus.
Segundo o papa João Paulo II, em sua encíclica Ecclesia de Eucharistia, a Eucaristia é verdadeiramente um pedaço de céu que se abre sobre a terra; é um raio de glória da Jerusalém celeste, que atravessa as nuvens da nossa história e vem iluminar o nosso caminho.[2] Ainda nessa encíclica, é chamada atenção para o fato significativo de que no lugar onde os Evangelhos Sinópticos narram a instituição da Eucaristia, o evangelho de João propõe a narração do lava-pés, gesto que mostra Jesus mestre de comunhão e de serviço[3]; em seguida o Papa atenta para o fato de que mais tarde o apóstolo Paulo qualifica como indigna duma comunidade cristã a participação na Eucarístia que se verifique num contexto de discórdia e de indiferença pelos pobres.[4]
Comungar ou receber a Comunhão é nome dado ao ato pelo qual o fiel pode receber a sagrada hóstia sozinha, ou acompanhada do vinho consagrado, especialmente nas celebrações de Primeira eucaristia e Crisma. Segundo o Compêndio, "Para receber a sagrada Comunhão é preciso estar plenamente incorporado à Igreja Católica e em estado de graça, isto é, sem consciência de pecado mortal. Quem tem consciência de ter cometido pecado grave deve receber o sacramento da Reconciliação antes da Comunhão. São também importantes o espírito de recolhimento e de oração, a observância do jejum prescrito pela Igreja e ainda a atitude corporal (gestos, trajes), como sinal de respeito para com Cristo." (n. 291).
Comungar ou receber a Comunhão é nome dado ao ato pelo qual o fiel pode receber a sagradahóstia sozinha, ou acompanhada do vinho consagrado, especialmente nas celebrações dePrimeira eucaristia e Crisma. Segundo o Compêndio, "Para receber a sagrada Comunhão é preciso estar plenamente incorporado à Igreja Católica e em estado de graça, isto é, sem consciência de pecado mortal. Quem tem consciência de ter cometido pecado grave deve receber o sacramento da Reconciliação antes da Comunhão. São também importantes o espírito de recolhimento e de oração, a observância do jejum prescrito pela Igreja e ainda a atitude corporal (gestos, trajes), como sinal de respeito para com Cristo." (n. 291)
A Igreja Católica confessa a presença real de Cristo, em seu corpo, sangue, alma e Divindade após a transubstanciação do pão e do vinho, ou seja, a aparência permanece de pão e vinho, porém a substância se modifica, passa a ser o próprio Corpo e Sangue de Cristo.
Eucaristia também pode ser usado como sinônimo de hóstia consagrada, no Catolicismo. "Jesus Eucarístico" é como os católicos se referem a Jesus em sua presença na Eucaristia. "Comunhão" é como o sacramento é mais conhecido. As crianças farão a sua Primeira comunhão. "Comunhão Eucarística" é a participação na Eucaristia.
Também há uma adoração especial, chamada "adoração ao Santíssimo Sacramento" e um dia especial para a Eucaristia, o Dia do Corpo de Cristo (em lat. Corpus Christi). Segundo Santo Afonso Maria de Ligório, a devoção de adorar Jesus sacramentado é, depois dos sacramentos, a primeira de todas as devoções, a mais agradável a Deus e a mais útil para nós[5]. Para a Igreja, a presença de Cristo nas hóstias consagradas que se conservam após a Missa perdura enquanto subsistirem as espécies do pão do vinho.[6] Um dos grandes fatores que contribuíram para se crer na presença real de Cristo e adorá-lo, foram os "milagres Eucarísticos" em várias localidades do mundo, entre eles, um dos mais conhecidos foi o de Lanciano (Itália).
São João Crisóstomo destaca o efeito unificador da Eucaristia no Corpo de Cristo, que é identificado pelos cristãos como a própria Igreja: Com efeito, o que é o pão? É o corpo de Cristo. E em que se transformam aqueles que o recebem? No corpo de Cristo; não muitos corpos, mas um só corpo. De fato, tal como o pão é um só apesar de constituído por muitos grãos, e estes, embora não se vejam, todavia estão no pão, de tal modo que a sua diferença desapareceu devido à sua perfeita e recíproca fusão, assim também nós estamos unidos reciprocamente entre nós e, todos juntos, com Cristo.[7] João Paulo II ensinou que à desagregação enraizada na humanidade é contraposta a força geradora de unidade do corpo de Cristo.[8]
Segundo a Igreja Católica a transubstanciação da Hóstia pode ser feita apenas porpresbíteros(ou padres) ou por sacerdote de maior grau hierárquico (bispos, por alguns cardeais (nem todos são sacerdotes, alguns cardeais sao leigos ou civis, ou diáconos. Ou a missa é celebrada pelopapa). Os diáconos( primeiro grau hierárquico do sacerdócio, não ministram este sacramento.


Igreja Ortodoxa
Como a doutrina da transubstanciação surgiu no ocidente após o cisma com a Igreja Ortodoxa, nela não há uma formulação teológica sobre o que acontece com os elementos na liturgia divina - é tido como "mistério".
O pão na liturgia ortodoxa é fermentado (simbolizando a nova natureza em Cristo) e o vinho é servido a todos os fiéis (inclusive crianças), servido com uma colher. 

Igreja do Oriente

Na Igreja do Oriente a Qurbana Qadisha (em aramaico: o Santo Sacrifício) seguem um dos mais antigos ritos em uso, o de Addai e Mari. Suas orações eucarísticas, Gehantha, possuem grande semelhança com as orações e benções judaicas sobre as refeições. Na Igreja do Oriente a doutrina da transubstanciação é desconhecida e em sua liturgia não há as palavras de instituição ("este é meu corpo...este é meu sangue..."). 

Anglicanismo

Na Igreja Anglicana, o entendimento é de um sacramento, independente de como o mesmo será entendido pelo comungante. Havendo alguns que tendem a uma explicação mais católica outros a explicações mais protestantes(de acordo com a linha dentro do anglicanismo) e alguns até preferem nem se preocupar em explicar como se dá, estando satisfeitos em saber que o corpo e sangue de Jesus está presente ali de alguma maneira.

 

CELEBRAÇÃO ENTRE AS HERESIAS CRISTÃS

(Não creem na divindade de Jesus)

Testemunhas de Jeová
A celebração da morte de Jesus Cristo (que não é considerado como Deus por este grupo herético) realiza-se anualmente segundo o calendário judaico, em 14 de Nisã, após o pôr-do-Sol. É comumente chamada de Celebração da Morte de Cristo. Nesta celebração apenas os escolhidos (nem mesmo eles sabem explicar direito como se dá esta escolha) podem comer do pão e tomar do conteúdo do cálice que em lugar do produto da videira é cheio de água. Os demais membros (não escolhidos) apenas passam o pão e o cálice entre si, sem comer ou beber. 

Santos dos Últimos Dias (Mórmons)

Entre os membros da heresia denominada de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, o chamado Sacramento (simplificação de Sacramento da Ceia do Senhor) é partilhado semanalmente aos domingos durante a Reunião Sacramental e é o momento de maior relevância espiritual entre os serviços religiosos dominicais.
Partilham-se pão e água em lembrança do corpo e sangue de Jesus e o ritual é considerado uma renovação dos convênios batismais.

Esclarecimentos sobre a teoria da TRANSUBSTANCIAÇÃO

Para os católicos, a Santa Eucaristia ou Missa Católica é considerada a mais importante e mais alta forma de oração. De fato, ir à missa é uma obrigação, sob pena de pecado mortal, a cada domingo e em outros Dias Santos de Obrigação. A Missa é dividida em duas partes: a Liturgia da Palavra e a Liturgia da Eucaristia. A Liturgia da Palavra consiste em duas leituras (uma do Velho Testamento e uma do Novo Testamento), o Salmo Responsorial, a leitura do Evangelho, a homilia (ou sermão) e intercessões gerais (também chamadas petições).

A parte central da Missa é a segunda parte, a Liturgia da Santa Eucaristia. Neste momento, os católicos compartilham do corpo e sangue de Jesus na forma de pão e vinho, que são passados para a congregação. De acordo com a Bíblia, isto é feito em memória de Cristo (I Coríntios 11:23-25, compare Lucas 22:18-20 e Mateus 26:26-28). Contudo, de acordo com o Catecismo da Igreja Católica, parágrafo 1366, “A Eucaristia é, portanto, um sacrifício porque representa (toma presente) o Sacrifício da Cruz, porque dele é memorial e porque aplica seus frutos.” O Catecismo continua no parágrafo 1367: 

“O sacrifício de Cristo e o sacrifício da Eucaristia são um único sacrifício: É uma só e mesma vítima, é o mesmo que oferece agora pelo ministério dos sacerdotes, que se ofereceu a si mesmo então na cruz. Apenas a maneira de oferecer difere". "E porque neste divino sacrifício que se realiza na missa, este mesmo Cristo, que se ofereceu a si mesmo uma vez de maneira cruenta no altar da cruz, está contido e é imolado de maneira incruenta, este sacrifício é verdadeiramente propiciatório".

No livro de Malaquias, o profeta prediz a eliminação do velho sistema sacrificial e a instituição de um novo sacrifício: “Quem há também entre vós que feche as portas por nada, e não acenda debalde o fogo do meu altar? Eu não tenho prazer em vós, diz o Senhor dos Exércitos, nem aceitarei oferta da vossa mão. Mas desde o nascente do sol até ao poente é grande entre os gentios o meu nome; e em todo o lugar se oferecerá ao meu nome incenso, e uma oferta pura; porque o meu nome é grande entre os gentios, diz o Senhor dos Exércitos” (Malaquias 1:10-11). Isto significa que Deus um dia será glorificado entre os Gentios, que trarão a Ele puras ofertas em todos os lugares. Os católicos vêem isto como a Eucaristia. Contudo, o apóstolo Paulo parece ter um ponto de vista diferente deste: “Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional” (Romanos 12:1). A Eucaristia pode apenas ser oferecida em determinados lugares: Igrejas santificadas e abençoadas de acordo com a Lei Canônica Católica. A idéia de oferecermos nossos corpos como sacrifícios vivos se encaixa melhor com a linguagem da profecia, que diz que os sacrifícios serão oferecidos “em todos os lugares”.

A Igreja Católica Romana crê que o pão e o vinho da Santa Eucaristia se tornam o real corpo e sangue de Jesus. Eles tentam apoiar seu sistema de pensamento com passagens como João 6:32-58; Mateus 26:26; Lucas 22:17-23; e I Coríntios 11:24-25. Em 1551 d.C., o Conselho de Trento oficialmente afirmou: “Pela consagração do pão e do vinho se efetua a conversão de toda a substância do pão na substância do corpo de Cristo Nosso Senhor, e de toda a substância do vinho na substância do seu sangue. Esta conversão foi com muito acerto e propriedade chamada pela Igreja Católica de transubstanciação.” (Sessão XIII, cap. IV; Cân.II). Compartilhando a refeição da Eucaristia, a Igreja ensina que os católicos estão cumprindo João 6:53: “Jesus, pois, lhes disse: Na verdade, na verdade vos digo que, se não comerdes a carne do Filho do homem, e não beberdes o seu sangue, não tereis vida em vós mesmos.” 

O que isto realmente significa? Jesus continua e diz que: “O espírito é o que vivifica, a carne para nada aproveita; as palavras que eu vos disse são espírito e vida” (João 6:63). Portanto, se “a carne para nada aproveita”, por que teríamos que comer a carne de Jesus para termos vida eterna? Não faz sentido, até que Jesus nos diz que as palavras que Ele diz são “espírito”. Jesus está dizendo que este não é um ensinamento literal, mas espiritual. A linguagem se encaixa perfeitamente com a afirmação anterior do apóstolo Paulo: “que apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional” (Romanos 12:1). 

No pensamento judeu, o pão equivalia à Tora, e “comer dele” era ler e compreender a aliança de Deus (Deuteronômio 8:3). Por exemplo, o livro Apócrifo Ben Sira (Eclesiástico) afirma: “Aqueles que me comem terão ainda fome, e aqueles que me bebem terão ainda sede. Aquele que me ouve não será humilhado, e os que agem por mim não pecarão. Aqueles que me tornam conhecida terão a vida eterna. Tudo isso é o livro da vida, a aliança do Altíssimo, e o conhecimento da verdade. Moisés deu-nos a lei com os preceitos da justiça, a herança da casa de Jacó e as promessas feitas a Israel” (Ben Sira 24:29-33). Ao citarmos aqui o livro de Ben Sira não o endossamos como parte das Escrituras, mas isto apenas serve para ilustrar como o povo judeu pensava a Lei Mosaica. É importante compreender o ato de igualar o pão com a Tora para que entendamos o que realmente Jesus quis dizer.

Em João 6, Jesus está, na verdade, dizendo à multidão que Ele é superior à Tora (cf. João 6:49-51), e a todo o sistema de Lei Mosaica. A passagem do livro Ben Sira afirma que aqueles que comerem da Lei “terão ainda fome” e “terão ainda sede”, linguagem que é espelhada por Jesus quando Ele diz: “Eu sou o pão da vida; aquele que vem a mim não terá fome, e quem crê em mim nunca terá sede” (João 6:35). Jesus não está ordenando que as pessoas literalmente comam Sua carne e bebam Seu sangue, mas está revelando a elas o centro de toda a doutrina cristã: creia no próprio Jesus (“A obra de Deus é esta: Que creiais naquele que ele enviou” João 6:29, enfaticamente). Portanto, a interpretação católica de João 6 é não-bíblica.

Em segundo lugar, em João 6, há uma claríssima analogia aos dias de Moisés e ao ato de comer o maná. Nos dias de Moisés, o maná era a provisão de Deus em termos de comida aos israelitas enquanto vagavam no deserto. Entretanto, em João 6, Jesus afirmou ser o verdadeiro maná, o pão dos céus. Com esta afirmação Jesus disse ser a provisão completa de Deus para salvação. O maná foi a provisão de Deus para o alívio da fome. Jesus é a provisão de Deus para a libertação da condenação eterna. Assim como o maná deveria ser consumido para preservar as vidas dos israelitas, assim também Jesus deve ser consumido (completamente recebido pela fé) para que a salvação seja recebida.

Fica então muito claro que Jesus se referiu a Si mesmo como o Pão da Vida e encorajou Seus seguidores a comer de Sua carne em João 6. Mas não precisamos concluir que Jesus estava ensinando aquilo a que os católicos se referem como transubstanciação. A Ceia do Senhor/comunhão cristã/Santa Eucaristia ainda não haviam sido instituídas. Jesus não instituiu a Santa Eucaristia/missa/Ceia do Senhor antes de João capítulo 13. Por isto, interpretar a Ceia do Senhor com o que está em João 6 não é garantido. Como sugerido acima, é melhor compreender esta passagem como o ato de vir a Cristo, em fé, para salvação. Quando recebemos a Cristo como Salvador, depositando Nele toda a nossa confiança, estamos “consumindo Sua carne” e “bebendo Seu sangue”. Seu corpo foi moído (quando Ele morreu) e Seu sangue foi vertido para providenciar nossa salvação. I Coríntios 11:26: “Porque todas as vezes que comerdes este pão e beberdes este cálice anunciais a morte do Senhor, até que venha.”

Seja a definição católica de Santa Eucaristia um “novo sacrifício” de Cristo ou um “novo oferecimento” do sacrifício de Cristo, nenhum dos conceitos é bíblico. Cristo não precisa ser sacrificado novamente. O sacrifício de Cristo não precisa ser novamente oferecido. Hebreus 7:27 diz: “Que não necessitasse, como os sumos sacerdotes, de oferecer cada dia sacrifícios, primeiramente por seus próprios pecados, e depois pelos do povo; porque isto fez ele (Jesus), UMA VEZ, oferecendo-se a si mesmo.” Da mesma forma, I Pedro 3:18 diz: “Porque também Cristo padeceu UMA VEZ pelos pecados, o justo pelos injustos, para levar-nos a Deus...” A morte de Cristo na cruz, suficiente e única, foi capaz de expiar por todos os nossos pecados (I João 2:2). Por este motivo, o sacrifício de Cristo não precisa ser novamente oferecido. Ao invés disto, o sacrifício de Cristo deve ser recebido pela fé (João 1:2; 3:16). Comer a carne de Cristo e beber Seu sangue são símbolos do total recebimento de Seu sacrifício em nosso lugar, pela graça através da fé.



Diante de tal situação resta-nos alguns questionamentos:
  • Qual o critério usado para se definir quem está partindo o "genuíno pão da unidade"?
  • O LSM não aceita o partir do pão da IAV apenas por não estarem debaixo da única publicação e da comunhão dos cooperadores entremesclados?
  • A IAV não aceita o partir do pão do LSM apenas por eles não estarem participando do "mover atual" do Bookafé e das casas de oração promovidas por Dong Yu Lan?
  • IAV e LSM não aceitam as demais mesas do Senhor por não estarem debaixo do domínio de seus ministros e ministérios?
  • Os membros que saíram destes grupos (LSM e IAV) acham que estão partindo o "genuino pão da unidade"?
  • O Corpo de Cristo é discernido, vivido e testemunhado de acordo com uma doutrina ou um ministério ou por meio da vida divina que permeia o coração dos genuínos filhos de Deus que vivem e expressam o amor de Deus uns pelos outros?

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