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O homem de Deus e o profeta velho

Watchman Nee, em seu reconhecido vigor espiritual, foi iluminado pela impressionante história relatada no capítulo treze do primeiro livro de Reis. Que, em resumo mostra um profeta velho que perdeu a sensibilidade ao pecado e mesmo assim usava a palavra e título de "profeta" para enga­nar os outros. Tinha perdido, havia muito, a comunhão com Deus, mas falsamente ainda reivindicava que "um anjo falou-me pela palavra do Senhor" (l Reis 13:18). A história mostra também o fracasso de outro personagem, o homem de Deus, que falhou em não guardar a palavra que havia recebido pes­soalmente de Deus; em vez disso, foi sacu­dido pelo pretensioso nome do profeta velho e aceitou a mentira proferida pelo mesmo. Desta forma ele caiu e seu fim foi muito trágico.
De acordo com o irmão Nee, as lições que devemos aprender são:
(1) que no mo­mento em que o homem perde a comunhão com Deus, fica velho, perde o frescor e não pode ver;
(2) que uma pessoa que antes fora usada por Deus, mas que agora está longe do Senhor, não deve fazer-se passar por "autoridade antiga" para enganar os ou­tros;
(3) que o homem que viola a palavra do Senhor e se encontra em um lugar onde não deve, morrerá: a morte espiritual; e
(4) que tudo o que se anuncia de forma espiritual deve estar de acordo com a pala­vra de Deus; se assim não for, deverá ser firmemente rejeitado, sem se levar em con­ta quem o esteja anunciando, quer seja um profeta "velho" ou um anjo.

A luz das lições espirituais que Nee recebeu ao longo deste trecho das Sagradas Escrituras foi muito viva e forte. Em meio a tanta velhice e caducidade espirituais, desejamos ardentemente que esta luz e vigor possam aquecer o desejo do nosso coração em conhecer mais profundamente o nosso Amado Senhor Jesus e a Sua sempre nova e viva Palavra.
Destacamos logo abaixo alguns pontos cruciais do texto para possibilitar uma leitura dinâmica, todavia, sugerimos fortemente a o texto seja lido na íntegra e mais, desejamos que você vá a Bíblia, ore, leia esta passagem e deixe o Senhor falar diretamente ao seu coração. Bom desfrute.

PONTOS DE DESTAQUE DO TEXTO
  • Precisamos estar sem­pre vigilantes e sempre em guarda. O mo­tivo pelo qual os falsos profetas podem engodar as pessoas é porque também podem fingir-se espirituais. Também podem falsificar um amor pelo Se­nhor, e usar expressões como "a revelação de Deus" e "a vontade de Deus" e assim por diante. São capazes de pregar mensagens com tal ambiguidade que é extremamente difícil para as pessoas distinguirem a fal­sidade da verdade.
  • Quão realmente precisamos ter um espí­rito alerta e um poder de discernimento pa­ra que possamos ser totalmente fiéis à pa­lavra de Deus, guardando a fé que uma vez nos foi dada! Devemos resistir a todo e qual­quer assim chamado "evangelho" que tenta confundir a palavra do Senhor, sem levar em conta quem o pregue.
  • A palavra "velho" com re­ferência ao profeta não refletia sua matu­ridade espiritual nem suas ricas experiên­cias espirituais; antes, revelava e descrevia o fato de ser espiritualmente velho e, por­tanto inútil ao serviço do Senhor.
  •  Muitos irmãos e irmãs não fazem pro­gresso espiritual perante o Senhor. Seu es­tado espiritual é hoje o mesmo que foi há oito ou dez anos. Alguns que possuem boa mente parecem ter feito algum progresso, mas tal progresso não é espiritual. Falam palavras que eles mesmos não compreen­dem. Tudo o que possuem é conhecimento mental; não há luz verdadeira.
  •  Agora lembre-se de novo que o profeta velho vivia em Betel; e o que Jeroboão havia feito e continuava a fazer era feito perante os olhos deste profeta velho; e mesmo as­sim o profeta velho falhou em reconhecer o seu caráter pecaminoso. Tal estado, deve­mos reconhecer, era deveras sério.
  • O profeta velho falhou em perceber que a adoração que se prestava em Betel era pecaminosa. Este fato provou conclusivamente que já havia alguma coisa errada com ele.
  • Há muitos iguais ao profeta velho. Seus olhos estão embaçados e defeituosos. Não vêem o que é pecaminoso à vista de Deus.
  • Oxalá não pensemos que agradar a todos seja sinal de amor. Não existe tal coisa.
  • O estado do profeta velho era realmente patético, mas o que foi mais patético e trá­gico foi o fato do homem de Deus ter sido prejudicado pelo profeta velho.
  • O homem de Deus pensou que se o profeta velho fosse profeta certamente tinha mais experiência do que ele; portanto devia obedecer-lhe. E assim, ele voltou com o profeta velho e comeu e bebeu água na casa deste. Desta forma o homem de Deus violou o mandamento do Senhor por causa das palavras do profeta velho. Resultado: o homem de Deus foi morto por um leão.
  •  Depois que a pessoa que serve ao Senhor recebe um mandamento claro, não deve dar ouvidos a nenhum profeta velho cujas palavras não estejam de acordo com o mandamento de Deus.
  •  Paulo viu que estes enganadores apresentavam-se com o pseudónimo de "servos de Deus" e que de fornia inteligente usavam uma fraseologia espiritual para confundir os santos.
  • Mas note que Paulo também disse "ainda que nós" — o que significava: ainda que eu, Paulo, viesse e lhes pregasse um evan­gelho diferente do que sempre preguei, não devem crer nesse evangelho. Vocês devem crer somente no evangelho vindo mediante a revelação de Jesus Cristo; não devem crer em nome tal como Paulo; porque no caso de eu, Paulo, mais tarde pregar-lhes um evan­gelho que contradiz a revelação de Deus que lhes dei antes, vocês não devem crer em tal evangelho.
  •  Ele sabia muito bem que muitos são facilmente influenciados pela fama dos homens. E com que ligeireza criam na fama do homem em vez de crerem na palavra de Deus. Portanto, Paulo aqui expressou a ati­tude de que ficaria absolutamente do lado da verdade de Deus, sem deixar nenhuma oportunidade para outros, nem sequer para ele mesmo. Ele queria que eles cressem to­talmente na verdade de Deus e não na fama do homem.
  • Paulo prossegue dizendo: "ou um anjo do céu", e assim lembrou-lhes que nem sequer a palavra de um anjo deveriam ter como certa.
  • Ao falar de falsos apóstolos em 2 Coríntios 11, Paulo disse: "Porque os tais são falsos apóstolos, obreiros fraudulentos, transformando-se em apóstolos de Cristo. E não é de admirar; porque o próprio Sa­tanás se transforma em anjo de luz. Não é muito, pois, que os seus próprios ministros se transformem em ministros de justiça; e o fim deles será conforme as suas obras" (vv. 13-15).
  • "Um anjo de luz" usa uma máscara de hipocrisia que facilmente faz com que as pessoas deixem de vigiar. Como podiam os crentes Gálatas, que uma vez tinham ouvido o evangelho do Senhor, ser engodados por estes homens? Porque estes homens diziam que o que pregavam também era o "evangelho" e que pretendiam guar­dar com zelo a lei de Deus. Tinham algu­mas palavras de grande apelo com as quais engodaram os Gálatas que anteriormente haviam ouvido a verdade.
  • Desgraçadamente esta espécie de sedutores muitas vezes pe­netra na igreja e destrói a fé dos homens. Tais sedutores tentam separar as pessoas da palavra de Deus.


TEXTO ORIGINAL

O homem de Deus e o profeta velho

Eis que por ordem do Senhor veio de Judá a Betel um homem de Deus... Morava em Betel um profeta velho... E foi após o homem de Deus e, achando-o sentado debaixo dum carvalho, lhe disse: És tu o homem de Deus que vi­este de Judá? Ele respondeu: Eu mes­mo. Então lhe disse: Vem comigo a casa, e come pão. Porém ele disse: Não posso voltar contigo, nem entrarei contigo; não comerei pão, nem beberei água contigo neste lugar. Porque me foi dito pela palavra do Senhor: Ali não comerás pão, nem beberás água; nem voltarás pelo caminho por que foste. Tornou-lhe ele: Também eu sou profeta como tu, e um anjo me falou por ordem do Senhor, dizendo: Faze-o voltar contigo a tua casa, para que coma pão e beba água. (Porém mentiu-lhe.) Então voltou ele, e comeu pão em sua casa e bebeu água ... Assim diz o Senhor: Porquanto foste rebelde à pa­lavra do Senhor e não guardaste o mandamento que o Senhor teu Deus te mandara, antes voltaste, e comeste pão e bebeste água no lugar de que te dissera: Não comerás pão nem beberás água; o teu cadáver não entrará ) no sepulcro de teus pais.... (Leia l Reis 13:1-32).

A história registrada em l Reis 13 é por demais trágica e solene. Aqui temos dois homens — um homem de Deus e um pro­feta velho. Estes dois homens têm sido usa­dos por Deus, mas o fim deles é demasiada­mente lamentável. A lição que podemos aprender de suas vidas é muito séria.

Um

Este profeta velho de Betel foi um homem que no passado tinha sido usado por Deus, mas agora já não era usável. Quando Deus desejou prevenir a Jeroboão do seu pecado em Betel, não enviou o profeta velho que morava em Betel para lhe falar; em vez disso, enviou um homem de Deus, de Judá. Isto indica que o profeta velho já não era útil ao Senhor. A palavra "velho" com re­ferência ao profeta não refletia sua matu­ridade espiritual nem suas ricas experiên­cias espirituais; antes, revelava e descrevia o fato de ser espiritualmente velho e por­tanto inútil ao serviço do Senhor. Para fa­lar a Jeroboão, o Senhor somente poderia usar o homem de Deus, não o profeta velho. A frase "homem de Deus" denota que tal pessoa tem comunhão com Deus, e a co­munhão é a base para a luz de Deus. No momento em que cessa a comunhão, nesse mesmo instante cessa a luz. Este profeta velho já tivera uma história espiritual, pois fora em certo tempo profeta; entretanto, agora havia perdido a comunhão com o Se­nhor. Tornou-se um profeta velho quando o Senhor já não o podia usar. Esta é uma si­tuação muito séria.
Muitos irmãos e irmãs não fazem pro­gresso espiritual perante o Senhor. Seu es­tado espiritual é hoje o mesmo que foi há oito ou dez anos. Alguns que possuem boa mente parecem ter feito algum progresso, mas tal progresso não é espiritual. Falam palavras que eles mesmos não compreen­dem. Tudo o que possuem é conhecimento mental; não há luz verdadeira. Aprenderam muita fraseologia espiritual, entretanto não fazem nenhum progresso espiritual verdadeiro perante o Senhor. Pode ser que dez anos atrás você tenha encontrado alguém que possuía uma pequena luz, e então pen­sou que essa pessoa estava com boa saúde perante Deus. Mas hoje, dez anos mais tar­de, você descobre que ela não possui luz nova de modo algum e não fez nenhum pro­gresso espiritual. Essa pessoa é profeta, mas profeta velho a quem Deus é incapaz de comunicar qualquer coisa. Não nos es­queçamos aqui que Deus trabalha sem ces­sar: "Meu Pai trabalha até agora", diz o Senhor Jesus, "e eu trabalho também" (João 5:17). A luz que recebemos vinte, dez, ou até mesmo cinco anos atrás já não é adequada para guiar-nos hoje.
Em vista disto, devemos dar atenção a uma questão muito importante em nossa ca­minhada cristã — isto é, como não ser posto de lado por Deus, como não ser rejeitado ou permanecer sem ser usado. Nosso frescor perante Deus é um hábito mui vital. Deve ser estabelecido e mantido. Mas com muita frequência somos velhos demais ou pobres demais espiritualmente.

Dois

Como diz a história, o profeta velho vivia em Betel. Qual era a situação aí nessa época? Em Betel, Jeroboão oferecia sacrifício ao bezerro que ele próprio havia fundido. Ordenava sacerdotes que não eram da tribo de Levi e arbitrariamente escolhia meses e dias para queimar incenso sobre o altar (veja 1 Reis 12:28-33). Além disso, esta­beleceu lugares de adoração além do pres­crito por Deus, que era Jerusalém, porque temia que o povo do Reino do Norte conti­nuasse indo a Jerusalém a oferecer sacri­fícios no santo templo ali, e desta forma seu reino seria enfraquecido. Embora ele não adorasse outros deuses, mas ainda ado­rasse ao Deus que havia tirado os filhos de Israel do Egito, entretanto adorava fora de Jerusalém por sua própria vontade. Isto fora condenado pelo Senhor. Portanto, to­das as suas ações eram pecados e transgres­sões contra Deus. O que é mais, ele não somente pecou, mas também influenciou outros reis depois dele a cometerem o mes­mo pecado (veja, por exemplo, l Reis 16:19, 31; 22:52; 2 Reis 13:2). Por isso os pe­cados de Jeroboão em Betel eram muito sérios.
Agora lembre-se de novo que o profeta velho vivia em Betel; e o que Jeroboão havia feito e continuava a fazer era feito perante os olhos deste profeta velho; e mesmo as­sim o profeta velho falhou em reconhecer o seu caráter pecaminoso. Tal estado, deve­mos reconhecer, era deveras sério. Ora, um profeta só pode falar por Deus porque co­nhece a mente de Deus. E aqui estava um profeta velho que não tinha nenhum conhe­cimento da mente de Deus, pois é óbvio que aquele que não pode ser enviado por Deus para falar por ele não conhece a mente de Deus. De modo que o Senhor teve de enviar em seu lugar o homem de Deus.
O profeta velho falhou em perceber que a adoração que se prestava em Betel era pecaminosa. Este fato provou conclusivamente que já havia alguma coisa errada com ele. Se chegarmos à conclusão de que tudo está muito bem — que o culto de Je­rusalém é bom e que a adoração de Betel também é boa — é prova de que não per­cebemos o erro e que algo está radicalmente errado conosco.
Há muitos iguais ao profeta velho. Seus olhos estão embaçados e defeituosos. Não vêem o que é pecaminoso à vista de Deus. Presumem que enquanto o Senhor estiver recebendo adoração, que diferença faz que o culto seja em Betel ou Jerusalém? Será que podemos com toda a sinceridade acre­ditar que tal atitude é manifestação de amor? Oxalá não pensemos que agradar a todos seja sinal de amor. Não existe tal coisa. O médico pode amar seu paciente e ter por ele grande simpatia, mas não pode dizer ao enfermo que está bem. Se disser ao doente que não tem nada, demonstrará com isto sua incompetência como médico: seus olhos não podem ver. Da mesma forma, o profeta velho — embora vivesse em Betel — não podia ver que havia pecado em Betel. O pecado estava perante seus olhos, mas ele não tinha sensibilidade. A que ponto che­gara sua incompetência! E quão trágica e terrível foi!

Três

O estado do profeta velho era realmente patético, mas o que foi mais patético e trá­gico foi o fato do homem de Deus ter sido prejudicado pelo profeta velho. O Senhor havia ordenado ao homem de Deus: "Ali não comerás pão, nem beberás água; nem voltarás pelo caminho por que foste" (l Reis 13:17). O homem de Deus lembrou-se deste mandamento e rejeitou o primeiro convite do profeta velho e também o convite do rei. Mas o homem de Deus foi enganado pelas palavras do profeta velho quando este úl­timo lhe disse: "Também eu sou profeta como tu, e um anjo me falou por ordem do Senhor, dizendo: Faze-o voltar contigo a tua casa, para que coma pão e beba água" (v. 18). O homem de Deus pensou que se o profeta velho fosse profeta certamente tinha mais experiência do que ele; portanto devia obedecer-lhe. E assim, ele voltou com o profeta velho e comeu e bebeu água na casa deste. Desta forma o homem de Deus violou o mandamento do Senhor por causa das palavras do profeta velho. Resultado: o homem de Deus foi morto por um leão. A princípio as palavras de Deus lhe eram perfeitamente claras; mas tornou-se con­fuso depois de ouvir as palavras: "Também eu sou profeta." Desta passagem podemos tirar um ensinamento mui solene: depois que a pessoa que serve ao Senhor recebe um mandamento claro, não deve dar ouvidos a nenhum profeta velho cujas palavras não estejam de acordo com o mandamento de Deus.
As palavras que Paulo ordenou aos cren­tes Gálatas seguem o mesmo princípio: "Ainda que nós, ou mesmo um anjo vindo do céu vos pregue evangelho que vá além do que vos temos pregado, seja anátema" (Gálatas 1:8). O evangelho que ele pregava não era segundo os homens, mas veio da revela­ção de Jesus Cristo (veja 1:11-12). Mas chegaram alguns à Galácia que tentavam perverter o evangelho. Estes homens pregavam outro evangelho aos crentes Gálatas. Pelo que Paulo advertiu aos cristãos daí a não serem seduzidos por eles. Paulo viu que estes enganadores apresentavam-se com o pseudónimo de "servos de Deus" e que de fornia inteligente usavam uma fraseologia espiritual para confundir os santos. De mo­do que ele, usando palavras duras, advertiu as igrejas da Galácia.
Mas note que Paulo também disse "ainda que nós" — o que significava: ainda que eu, Paulo, viesse e lhes pregasse um evan­gelho diferente do que sempre preguei, não devem crer nesse evangelho. Vocês devem crer somente no evangelho vindo mediante a revelação de Jesus Cristo; não devem crer em nome tal como Paulo; porque no caso de eu, Paulo, mais tarde pregar-lhes um evan­gelho que contradiz a revelação de Deus que lhes dei antes, vocês não devem crer em tal evangelho. Ele sabia muito bem que muitos são facilmente influenciados pela fama dos homens. E com que ligeireza criam na fama do homem em vez de crerem na palavra de Deus. Portanto, Paulo aqui expressou a ati­tude de que ficaria absolutamente do lado da verdade de Deus, sem deixar nenhuma oportunidade para outros, nem sequer para ele mesmo. Ele queria que eles cressem to­talmente na verdade de Deus e não na fama do homem. Ele lutava valorosamente pela verdade — tudo para Deus e nada para si mesmo. O que ele mantinha era a verdade de Deus: ele não preservaria sua própria fa­ma. Sua oposição aos sedutores tinha como motivo o fato de eles confundirem a palavra do Senhor e levarem os crentes para o erro. Desta forma Paulo mostrou-nos que deve­mos ficar do lado da verdade de Deus para que possamos distinguir que palavra de­vemos aceitar ou rejeitar. Se qualquer pes­soa pregar o que é contrário à verdade de Deus, devemos não dar-lhe ouvidos — não importa quem essa pessoa seja.
Paulo prossegue dizendo: "ou um anjo do céu", e assim lembrou-lhes que nem sequer a palavra de um anjo deveriam ter como certa. Ao falar de falsos apóstolos em 2 Coríntios 11, Paulo disse: "Porque os tais são falsos apóstolos, obreiros fraudulentos, transformando-se em apóstolos de Cristo. E não é de admirar; porque o próprio Sa­tanás se transforma em anjo de luz. Não é muito, pois, que os seus próprios ministros se transformem em ministros de justiça; e o fim deles será conforme as suas obras" (vv. 13-15). "Um anjo de luz" usa uma máscara de hipocrisia que facilmente faz com que as pessoas deixem de vigiar. Como podiam os crentes Gálatas, que uma vez tinham ouvido o evangelho do Senhor, ser engodados por estes homens? Porque estes homens diziam que o que pregavam também era o "evangelho" e que pretendiam guar­dar com zelo a lei de Deus. Tinham algu­mas palavras de grande apelo com as quais engodaram os Gálatas que anteriormente haviam ouvido a verdade. Desgraçadamente esta espécie de sedutores muitas vezes pe­netra na igreja e destrói a fé dos homens. Tais sedutores tentam separar as pessoas da palavra de Deus. Precisamos estar sem­pre vigilantes e sempre em guarda. O mo­tivo pelo qual podem engodar as pessoas é porque também podem fingir-se espirituais, também podem falsificar um amor pelo Se­nhor, e usar expressões como "a revelação de Deus" e "a vontade de Deus" e assim por diante. São capazes de pregar mensagens com tal ambiguidade que é extremamente difícil para as pessoas distinguirem a fal­sidade da verdade.
Quão realmente precisamos ter um espí­rito alerta e um poder de discernimento pa­ra que possamos ser totalmente fiéis à pa­lavra de Deus, guardando a fé que uma vez nos foi dada! Devemos resistir a todo e qual­quer assim chamado "evangelho" que tenta confundir a palavra do Senhor, sem levar em conta quem o pregue.
Este profeta velho não tinha nenhuma sensibilidade ao pecado enorme que Jeroboão havia cometido, e mesmo assim usava a palavra e título de "profeta" para enga­nar os outros. Tinha perdido, havia muito, a comunhão com Deus, mas falsamente ainda reivindicava que "um anjo falou-me pela palavra do Senhor" (l Reis 13:18). O fracasso do homem de Deus foi em não guardar a palavra que havia recebido pes­soalmente de Deus; em vez disso, foi sacu­dido pelo pretensioso nome do profeta velho e aceitou a mentira proferida pelo velho. Desta forma ele caiu e seu fim foi muito trágico.
O profeta velho tinha caído ao ponto de mentir para enganar o homem enviado de Deus. Enquanto estavam à mesa, a palavra do Senhor lhe veio. Mas isto não aconteceu porque o profeta velho havia-se tornado espiritual de novo. De modo algum. Esta sim­plesmente foi a maneira do Senhor corrigir o homem de Deus que havia desobedecido ao seu mandamento. O Senhor não tinha mais nada que fazer com o profeta velho; colocara-o à parte por completo. E quando o homem de Deus foi morto por um leão, o profeta velho o enterrou em sua própria se­pultura. Logo encarregou a seus filhos que quando ele morresse o enterrassem com o homem de Deus. Ele cria que a palavra que o homem de Deus havia pronunciado contra o altar de Betel se cumpriria, mas ele não podia fazer outra coisa senão esperar a morte.
Aprendamos desta solene e patética his­tória os seguintes ponto: (1) que no mo­mento em que o homem perde a comunhão com Deus, fica velho, perde o frescor e não pode ver; (2) que uma pessoa que antes fora usada por Deus, mas que agora está longe do Senhor, não deve fazer-se passar por "autoridade antiga" para enganar os ou­tros; (3) que o homem que viola a palavra do Senhor e se encontra em um lugar onde não deve, morrerá: a morte espiritual; e (4) que tudo o que se anuncia de forma espiritual deve estar de acordo com a pala­vra de Deus; se assim não for, deverá ser firmemente rejeitado, sem se levar em con­ta quem o esteja anunciando, quer seja um profeta "velho" ou um anjo.

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