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De Volta ao Princípio - Parte 5

Como Era No Princípio
T. Austin-Sparks
Capítulo 5 - O Significado e a Realidade das Coisas 
O livro de Apocalipse _ um livro que revela a mudança das condições espirituais na era pós-apostólica dos primeiros dias, e talvez, profeticamente, o estado ao final do tempo na igreja _ fala de certas perdas. Ele, reprovadamente, usa as palavras: ‘primeiros’, ‘primeiro amor’, ‘primeiras obras’. Esta é apenas outra maneira de dizer: ‘Como era no princípio’. 
Estamos, nestas reflexões, buscando observar algumas dessas mudanças e perdas, com vistas a criar um exercício de recuperação. 
Uma mudança posterior muito evidente a partir do princípio, especialmente no cristianismo ocidental, é indicada pelas duas palavras do título desta página _ significado e realidade.
Talvez por causa da longa tradição e familiaridade, o nosso sistema aceito e ordem estabelecida, ou talvez por causa de uma apresentação excessivamente simplificada e superficial do envolvimento, estejam num tempo e numa condição quando o cristianismo é amplamente uma questão de coisas sem os seus significados. ‘Conversão’ é alguma coisa menos _ se não outra _ do que regeneração, uma nova criação. Batismo é algo feito, ou como um ritual, o requerimento de associação, uma submissão ao regulamento, uma adesão a certas partes da Escritura, ou _ quando muito _ a expressão de um desejo em seguir o Senhor. A ‘Ceia do Senhor’, ‘A Mesa do Senhor’ está no mesmíssimo campo e tem a mesma natureza que o batismo.  A filiação à igreja, ou a uma igreja, e o serviço cristão são coisas previsíveis, e que são
mantidas.
Quão grande é a perda do tremendo e exigente significado dessas coisas. 
Não é possível ler qualquer parte do Novo Testamento ser ficar consciente da preciosidade associada a qualquer passo em relação a Jesus como o Cristo. A própria intenção de se associar a Ele levantava as questões mais sérias. O ato de confessar Jesus e de se batizar envolvia dificuldades profundas e abrangentes. Dar testemunho Dele e representá-Lo no mundo produzia problemas espontaneamente. Quanto mais os crentes e os servos de Cristo avançavam, mais difícil ficava o caminho. Os crentes, as igrejas, simplesmente tinham que resistir e lutar por suas vidas espiritualmente. É tão manifestadamente verdade, até mesmo em nossos dias, que onde é mais difícil permanecer fiel ao Senhor _ como na Alemanha Oriental, Rússia, etc. _ lá você encontra os mais legítimos e verdadeiros crentes. É sabido que alguns escolheram deliberadamente retornar a tais lugares e aceitar o sofrimento após ter experimentado ou visto a pobreza espiritual e a irrealidade dos cristãos nos chamados ‘países livres’. Não é necessário ir para trás da ‘cortina de ferro’, ou para a ‘cortina de bambu’, ou para ‘terras pagãs’, a fim de encontrar a perseguição e, em conseqüência disso, encontrar a realidade. Em tais casos, milhões de cristãos no ocidente jamais encontrariam.
Entrega total ao Senhor em qualquer lugar irá produzir condições espirituais que irão testar, desafiar, tornar realidade, e extrair o significado profundo e real de todas as coisas. Entrega total significa disposição em permitir que o Senhor dite cada aspecto da vida e, quando Ele se depara com uma questão ou um teste, siga em frente, custe o que custar. Significa estar empenhado em conhecer o significado mais profundo e pleno de cada pedacinho do nosso cristianismo.
O que o Espírito Santo, através das Escrituras, quer significar com novo nascimento, batismo, mesa do Senhor, comunhão, a igreja, ministério e serviço, etc.? De fato, o que significa ter o Espírito Santo? Há tanta gente por aí se achando e tomando por certo, que isto pode resultar em presunção _  pré-suposição. Muitos cristãos aceitam as doutrinas, as tradições e as ordenanças, porém, no princípio, eram as implicações, o valor e o significado que dava realidade a tudo. Esta realidade produzia um temor salutar. Violações ou ignorância dos princípios vitais podem seguir impunes em nosso tempo, e os julgamentos de Deus não são imediatos e aparentes, mas operam lentamente e quase imperceptíveis a longo prazo, e conclui-se, se pensado a respeito absolutamente, que isto não importa. Há muitas condições e situações, confusões e frustrações, limitações e complicações, que _ caso não saibamos  _ são julgamentos. Será que não podemos ter levado muito longe essa autoconfiança?
Uma coisa é muito clara: os apóstolos e seus companheiros procuravam fazer os crentes levarem o seu cristianismo muito a sério, não deixando a eles qualquer dúvida das sérias conseqüências que adviriam _ mais cedo ou mais tarde _ caso assim não o fizessem.
Podemos tomar alguns dos assuntos mencionados de forma mais específica e completa, mas para o momento queremos enfatizar o seguinte: que o Senhor jamais fez provisão para qualquer coisa menos do que a pura realidade
Pressões serão trazidas e colocadas sobre a nossa confissão, as quais irão nos desmascarar, e seremos provados na moenda. Os discípulos entenderam as implicações dos ensinamentos do Senhor quando perguntaram: “Senhor, são poucos os que se salvam?”
Dr. Billy Graham tem razão em perguntar por que é que, de todos os milhares que fazem a ‘decisão’, tão poucos continuam, e tantos retroagem. A resposta pode muito bem ser que as  implicações totais e o significado profundo do que representa ser um cristão não é geralmente mostrado.


Em consonância com o desejo de T. Austin-Sparks de que aquilo que foi recebido de graça seja dado de graça, seus escritos não possuem copirraite. Portanto, você está livre para usá-los como desejar. Contudo, nós solicitamos que, se você desejar compartilhar escritos deste site com outros, por favor ofereça-os livremente - livres de mudanças, livres de custos e livres de direitos autorais.
Fonte: http://www.vida.emcristo.nom.br/estudos_sparks.htm

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