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De Volta ao Princípio - Parte 7

Como Era No Princípio
T. Austin-Sparks

Capítulo 7 - A Cruz
 
Quando nos referimos ao “princípio” _ significando o princípio do cristianismo _ naturalmente, instintivamente pensamos no Pentecostes, aquele advento do Espírito Santo. Nós, então, passamos a pensar sobre o registro dos “Atos” do Espírito Santo. Para um retorno, ou uma recuperação de tal condição há freqüentemente um desejo expresso, até mesmo um desejo ardente, e em muitos aspectos básicos também. Nós aqui estamos procurando sublinhar alguns desses fatores fundamentais. Assim, vamos agora apontar para aquele que é vital e importante para todo o cristianismo do Novo Testamento. Doutrinariamente isto poderia levantar um pouco de controvérsia entre os evangélicos, mas a própria aceitação da doutrina naturalmente pode significar um reconhecimento inadequado de sua necessidade crucial. Podemos apenas confiar que, na medida em que prosseguirmos, um novo reconhecimento da grandeza e imperiosidade desta verdade possa trazer luz aos leitores.
Esta grande verdade é que:

 
a) - O Espírito Santo tem uma corte de apelo da qual, em hipótese alguma,  irá renunciar.
O Espírito Santo possui um Árbitro, um Juiz a quem constantemente irá apelar por um veredicto sobre cada questão. Como num jogo ou disputa entre dois lados opostos o apelo é feito ao árbitro; ou, como num tribunal, o apelo é feito ao magistrado: assim é com o Espírito Santo. Ele tem uma base firme para o Seu veredicto, e o Seu veredicto é definitivo quanto a morte ou a vida, quanto a rejeição ou aceitação. É de importância suprema que o Espírito Santo diga ‘sim’ ou ‘não’. Percorra o livro de Atos e observe onde e quando este veredicto foi dado, de uma forma ou de outra, e veja o resultado. Havia uma sensibilidade ao Espírito Santo, então, que levava tudo para a prisão ou libertação, ao se descobrir se o Seu dedo indicava ’sim’ ou ’não’.
Qual era a base de arbitramento, julgamento e veredicto do Espírito Santo? Era sempre a cruz. A cruz, combinando a morte e a ressurreição de Cristo, era o supremo e categórico ‘sim’ ou ‘não’ de Deus. A morte de Cristo foi aquele eterno ‘não’ a uma inteira ordem e fonte de coisas. A ressurreição foi o Seu maravilhoso e glorioso ‘sim’ a uma outra ordem.
 
b) - O Espírito Santo sempre apelou para a Cruz
Isto é visto _ se pudermos enxergar  _  em toda parte no Novo Testamento. Considere o fato de que a cruz pôs fim a uma humanidade inteira em Adão e deu o único lugar para o outro “Adão”, uma nova e diferente humanidade, e depois vá através de cada livro do Novo Testamento. Freqüentemente, muito freqüentemente, você irá encontrar a cruz definitivamente mencionada de alguma forma, tal como “A Cruz de nosso Senhor Jesus”, ou “Cristo Crucificado”, etc. Algumas vezes isto se dará por implicação, tal como em Filipenses 2.5-8.  Algumas vezes uma exortação, uma ordem, uma admoestação, um apelo, irá envolver a cruz para uma resposta. A cruz governa ao longo de todo o caminho, e ela possui muitas e grandes aplicações e conexões. Em todas as questões da vida, conduta, serviço, movimento, espírito, fala, julgamento, etc..., é como se o Espírito Santo estivesse dizendo: “Isto foi crucificado com Cristo”; “Isto pertence a uma fonte que foi sepultada com Cristo”. Ou, pelo contrário: “Isto tem o Meu veredicto de vida e paz porque ‘ressuscitou com Cristo’; possui o ‘SIM’ de Deus”.
Em Corinto havia tanta carnalidade que a sensibilidade ao julgamento do Espírito Santo estava endurecida ou limitada. Por isso o apóstolo _ antes de ter vindo a eles _ tomou uma resolução positiva de ‘não saber nada entre eles, a não ser Jesus Cristo, e este CRUCIFICADO’. “Cristo crucificado _ a sabedoria de Deus e o poder de Deus”. “Nós pregamos Cristo crucificado”.
Isto é um exemplo do que queremos significar quando dizemos que o arbítrio, o julgamento do Espírito Santo é sempre em relação a cruz. Isto pode ser notado em sua conexão múltipla e específica em todos os demais livros. A violação desta posição invariavelmente resultava em confusão, complicações, e frustração. Havia lapsos, e os atos soberanos de Deus solucionavam completamente a situação, porém o registro deixa esses lapsos como avisos para todos os tempos.
Não podemos relegar a cruz à história, como um evento, um pedaço de doutrina cristã. Ela é um julgamento permanente; o Cordeiro está no trono, e haverá um veredicto final. A última visão é “do Cordeiro no meio do trono”, e o cenário completo será o do eterno e supremo ‘sim’ de Deus, quando tudo o que pertence ao ‘NÃO DE DEUS’ será efetivamente removido .
Vamos com o Espírito Santo para a cruz com todos os nossos assuntos, e peçamos a Ele que dê o Seu veredicto a respeito, se tal assunto é vida ou se é morte  diante de Deus.





Em consonância com o desejo de T. Austin-Sparks de que aquilo que foi recebido de graça seja dado de graça, seus escritos não possuem copirraite. Portanto, você está livre para usá-los como desejar. Contudo, nós solicitamos que, se você desejar compartilhar escritos deste site com outros, por favor ofereça-os livremente - livres de mudanças, livres de custos e livres de direitos autorais.
Fonte: http://www.vida.emcristo.nom.br/estudos_sparks.htm

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