Prefácio
Nos meus livros anteriores, "Cristianismo Pagão", "Uma Nova visão da Igreja Como Família", “Reconsiderando o odre” e “Quem é tua cobertura?”, apresentei uma imagem colorida e viva da igreja do primeiro
século [até a atualidade. Estes livros] tentaram apresentar um retrato detalhado de uma mulher
muito especial – falo da igreja. Descreviam a sua aparência, sua forma de falar
e a forma tão peculiar com que se expressava. Contudo, perguntas mais amplas,
tais como a de que maneira esta mulher nasceu, cresceu e se desenvolveu,
permaneceram praticamente intocáveis. [...] Em outras palavras, pretende, de forma resumida,
refletir sobre como é o nascimento de uma igreja em casa, no estilo do Novo
Testamento.
(Em um trabalho futuro penso em contestar a inquietante
pergunta de como se desenvolve uma igreja no estilo do Novo Testamento.
Concebida de forma apropriada, uma igreja é uma entidade vivente com um período
de vida. Uma vez nascida, aprende a engatinhar, quebrar coisas de cima da mesa
e passa por uma série de estados não muito limpos e que são parte e englobam o
que significa o andar com uma vida compartilhada em Cristo).
Tragicamente, muitos cristãos modernos que abandonam a igreja
institucional têm a ideia de que começar uma igreja em casa é similar a
encaixar um Lego. Simplesmente, alguém tem que meter seu nariz na Bíblia,
extrair e imitar o que essas páginas nos dizem sobre as práticas da primeira
igreja e “voilá!”, a nova igreja do Novo Testamento sai flutuando. Mas esta
conclusão está profundamente errada. Uma igreja do Novo testamento não pode ser
criada pelas mãos de um ser humano – como tão pouco um mulher pode ser
construída com a pura ingenuidade ou imitação humana. Uma mulher tem que
nascer. E uma vez nascida, tem que ser alimentada para desenvolver-se e chegar
a adquirir sua personalidade.
Desculpe-me por esta torpe ilustração, mas colocando uns
braços e pernas em um tronco feminino, e na parte superior uma cabeça feminina,
nunca se produzirá uma menina. Mesmo que tal produto possa, de certa forma,
parecer-se com um ser humano, sempre carecerá da qualidade essencial – vida. E
vida é produto do nascimento. Este principio se mantém verdadeiro ao “começar”
uma igreja ao estilo do Novo Testamento.
Finalmente, exorto a todos os que estão lendo este trabalho,
que lêem “Reconsiderando o Odre” e “De Nazaré a Patmos”. Estes livros promovem
o contexto necessário para melhor entender as bases sobre as quais se apóiam
estas páginas.
O eterno propósito
A intenção do propósito final de Deus é assegurar uma Noiva
Eterna para seu Filho, para que viva em uma união santa com ele para sempre.
Apocalipse 19:7 Alegremo-nos, exultemos e demos-lhe a glória,
porque são chegadas as bodas do Cordeiro, cuja esposa a si mesma já se ataviou,
Através de todo o Novo Testamento, estas intenções são
conhecidas como “o mistério” ou “o propósito eterno”.
Efésios 1:9-12
desvendando-nos o mistério da sua
vontade, segundo o seu beneplácito que propusera em Cristo, de fazer convergir
nele, na dispensação da plenitude dos tempos, todas as coisas, tanto as do céu,
como as da terra; nele, digo, no qual fomos também feitos herança,
predestinados segundo o propósito daquele que faz todas as coisas conforme o
conselho da sua vontade, a fim de sermos para louvor da sua glória, nós, os que
de antemão esperamos em Cristo;
Efésios 3:3-11
pois, segundo uma revelação, me
foi dado conhecer o mistério, conforme escrevi há pouco, resumidamente; pelo
que, quando ledes, podeis compreender o meu discernimento do mistério de
Cristo, o qual, em outras gerações, não foi dado a conhecer aos filhos dos
homens, como, agora, foi revelado aos seus santos apóstolos e profetas, no
Espírito, a saber, que os gentios são co-herdeiros, membros do mesmo corpo e
co-participantes da promessa em Cristo Jesus por meio do evangelho; do qual fui
constituído ministro conforme o dom da graça de Deus a mim concedida segundo a
força operante do seu poder. A mim, o menor de todos os santos, me foi dada
esta graça de pregar aos gentios o evangelho das insondáveis riquezas de Cristo
e manifestar qual seja a dispensação do mistério, desde os séculos, oculto em
Deus, que criou todas as coisas, para que, pela igreja, a multiforme sabedoria
de Deus se torne conhecida, agora, dos principados e potestades nos lugares
celestiais, segundo o eterno propósito que estabeleceu em Cristo Jesus, nosso
Senhor,
Efésios 5:25-32
Maridos, amai vossa mulher, como
também Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela, para que a
santificasse, tendo-a purificado por meio da lavagem de água pela palavra, para
a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa
semelhante, porém santa e sem defeito. Assim também os maridos devem amar a sua
mulher como ao próprio corpo. Quem ama a esposa a si mesmo se ama. Porque
ninguém jamais odiou a própria carne; antes, a alimenta e dela cuida, como
também Cristo o faz com a igreja; porque somos membros do seu corpo. Eis por
que deixará o homem a seu pai e a sua mãe e se unirá à sua mulher, e se
tornarão os dois uma só carne. Grande é este mistério, mas eu me refiro a
Cristo e à igreja.
Colossenses 1:25-29
da qual me tornei ministro de
acordo com a dispensação da parte de Deus, que me foi confiada a vosso favor,
para dar pleno cumprimento à palavra de Deus: o mistério que estivera oculto
dos séculos e das gerações; agora, todavia, se manifestou aos seus santos; aos
quais Deus quis dar a conhecer qual seja a riqueza da glória deste mistério
entre os gentios, isto é, Cristo em vós, a esperança da glória; o qual nós
anunciamos, advertindo a todo homem e ensinando a todo homem em toda a
sabedoria, a fim de que apresentemos todo homem perfeito em Cristo; para isso é
que eu também me afadigo, esforçando-me o mais possível, segundo a sua eficácia
que opera eficientemente em mim.
Colossenses 2:1-3
Gostaria, pois, que soubésseis
quão grande luta venho mantendo por vós, pelos laodicenses e por quantos não me
viram face a face; para que o coração deles seja confortado e vinculado
juntamente em amor, e eles tenham toda a riqueza da forte convicção do
entendimento, para compreenderem plenamente o mistério de Deus, Cristo, em quem
todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento estão ocultos.
Apocalipse 10:7
mas, nos dias da voz do sétimo
anjo, quando ele estiver para tocar a trombeta, cumprir-se-á, então, o mistério
de Deus, segundo ele anunciou aos seus servos, os profetas.
O caminho do Pai para desenvolver sua intenção magnífica é
estabelecer uma forma visível e uma expressão corporal de Jesus Cristo em cada
lugar da terra.
Mateus 16:18
Também eu te digo que tu és
Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não
prevalecerão contra ela.
Efésios 1:22-23
E pôs todas as coisas debaixo dos
pés, e para ser o cabeça sobre todas as coisas, o deu à igreja, a qual é o seu
corpo, a plenitude daquele que a tudo enche em todas as coisas.
Dentro da intenção divina, o Espírito Santo insiste em
recuperar o pleno testemunho de Jesus que foi desenvolvido pela primeira igreja
– um testemunho caracterizado por uma primitiva vida corporativa funcionando debaixo
da direção direta de Cristo.
Já falei bastante sobre as características desta vida
corporativa nos livros anteriormente mencionados. Mas nestes livros, dei pouca
atenção à pergunta de como Deus faz nascer a ekklesia local – e este é o
propósito deste curto escrito.
Notemos que a palavra “igreja” que encontramos em nossa
Bíblia provém da grega “ekklesia”. Através deste trabalho, utilizarei mais esta
palavra do que “igreja”, já que esta é uma pobre tradução, além de ser
investida de um poder institucional por mais de 1700 anos. Hoje em dia o homem
chama aos edifícios e as organizações, a igreja do Senhor Jesus Cristo. Isto
seria como chamar a minha esposa de arranha-céu e a minha filha de “Lions
Club”.
Na mente de Deus, a ekklesia é uma mulher.
2 Coríntios 11:2
Porque zelo por vós com zelo de
Deus; visto que vos tenho preparado para vos apresentar como virgem pura a um
só esposo, que é Cristo.
Efésios 5:25-32
Maridos, amai vossa mulher, como
também Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela, para que a
santificasse, tendo-a purificado por meio da lavagem de água pela palavra, para
a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa
semelhante, porém santa e sem defeito. Assim também os maridos devem amar a sua
mulher como ao próprio corpo. Quem ama a esposa a si mesmo se ama. Porque
ninguém jamais odiou a própria carne; antes, a alimenta e dela cuida, como
também Cristo o faz com a igreja; porque somos membros do seu corpo. Eis por
que deixará o homem a seu pai e a sua mãe e se unirá à sua mulher, e se
tornarão os dois uma só carne. Grande é este mistério, mas eu me refiro a
Cristo e à igreja.
Apocalipse 21:9
Então, veio um dos sete anjos que
têm as sete taças cheias dos últimos sete flagelos e falou comigo, dizendo: “Vem,
mostrar-te-ei a noiva, a esposa do Cordeiro”;
É uma comunidade fortemente entrelaçada e relacionada a Jesus
Cristo. A vida corporativa que leva depende de Sua vida; e regularmente se reúne
em assembléia de irmandade com Ele.
Dando uma olhada na
paisagem do cristianismo moderno
Em nossa época existe o que eu chamaria de “o fenômeno da
igreja primitiva”. Incontáveis cristãos de todo o mundo, de repente estão se
dando conta que a prática moderna de “igreja” está, por um lado carente de base
teológica, e por outro, espiritualmente ineficiente. Como resultado, muitos
abandonaram a igreja institucional e regressaram a prática do Novo Testamento
de reunir-se nas casas sem um clérigo.
Alguns estão chamando este fenômeno como “o movimento das igrejas
nas casas”. Mas em minha maneira de entender este movimento, ele está mal
denominado por duas razões básicas. Em primeiro lugar, a ênfase é colocada no
lugar equivocado: a casa. Permito-me dizer que o cenário onde se desenvolve a reunião
agora carece de significado. Mas o que Deus está interessado vai mais além do
local onde seu povo se reúne. Falando com franqueza, não existe nada intrinsecamente
mágico a cerca da reunião na casa. Mesmo que o reunir-se nas casas é preferível
do que a reunião nas basílicas, não é isso que caracteriza definitivamente a
ekklesia.
Em segundo lugar, a palavra “movimento” transmite a idéia de um
“mover-se de forma unificada” entre um grupo de pessoas. Mas hoje em dia, todos
aqueles que se reúnem nas casas, pertencem a cada uma das facetas do
cristianismo, representando a todos e a cada um dos ancestrais doutrinários.
Por conseqüência, a igreja nas casas não é monolítica. Não representa a todos –
nem sequer à maioria – dos cristãos que se reúnem fora do sistema religioso. Por
esta razão, a palavra “movimento” é enganosa. Muitas “igrejas nas casas” se reúnem
por diferentes razões e seu foco se baseia em diferentes temas. A princípio,
estas diferenças são tão grandes, que as distâncias entre essas casas-igreja
poderiam medir-se em anos-luz.
Algumas subculturas da igreja nas casas
Eu vivi fora das paredes do cristianismo organizado pelos
últimos doze anos. Baseado em minha experiência, a maior parte dos grupos de
cristãos que andam sob a bandeira de “a igreja na casa” ou “a igreja do Novo
Testamento” pode se dispor em diferentes categorias, da seguinte maneira:
Estudo bíblico glorificado. Este tipo de igreja na casa está tipicamente dirigida por um
ex–clérigo ou aspirante a mestre da Bíblia, o qual é considerado como o “instrutor
com autoridade”. O instrutor geralmente é o facilitador de uma mesa redonda onde
se discute as Escrituras. As reuniões estão dominadas por exposições da Bíblia
que, em algumas vezes, chegam a descer ao nível de debates sem sentido. Na
glorificada casa de estudos bíblicos, aqueles membros que não têm uma
inclinação teológica têm uma participação bastante escassa. E querendo ou não
reconhecer, a pessoa que facilita esses estudos está a cargo da igreja.
O grupo de interesses especiais. Estes têm como centro o reunir-se debaixo de um tema comum,
como pode ser a escola na casa, parto natural na casa, guardar festas judaicas,
pontos de vista escatológicos, estilo de culto eclesiástico, cultivos e
alimentos naturais, profetas pessoais, “riso santo”, justiça social, ou
qualquer outro tipo de tema que esteja na moda – até pode ser o tema igreja nas
casas!
Culto pessoal. Os membros deste
grupo centralizam seu universo ao redor de um homem com alguns dons. Pode ser
um apóstolo morto cujos escritos atuam de forma com o meio exclusivo de
identidade, crenças e práticas do grupo. Muitas vezes, o centro de atenção é um
cristão com certos dons que funda uma igreja e se situa dentro dela como seu
residente perpétuo. De fato, esse personagem de grandes qualidades, a princípio,
tem ou teve um desejo genuíno de ver o Corpo construir-se e crescer por si só.
Contudo, sua própria presença obstrui esta dinâmica espiritual. Ele é
tipicamente cego ao fato de que, sem dar conta, criou uma dependência
patológica do grupo para consigo. Portanto, ele é descendente do pastor moderno
(ao menos nas funções, mas não de nome).
O clube das bênçãos. De forma resumida,
esta é uma comunidade narcisista – um gueto espiritual, onde as reuniões são fechadas
e altamente carismáticas. Servem como postos de gasolina espirituais para os
cristãos esgotados que necessitam de uma “carga” espiritual. Pelo fato de estas
igrejas se encontrarem dominadas por indivíduos oportunistas, os membros
geralmente desaparecem cada vez que o grupo enfrenta uma controvérsia. Quando o
conflito desaparece, aqueles que eram os mais zelosos sobre a “igreja na casa”
terminam voltando ao polido e elegante sistema religioso dirigido por um
programa.
O grupo socialmente indefinido. Este grupo está formado por quatro ou seis pessoas que
ocasionalmente se reúnem no living de uma casa para conversar ao redor de uma xícara
de chá e biscoitos. Geralmente, essas igrejas nunca chegam a obter uma “massa
crítica” ou número mínimo de pessoas devido a uma falta de visão e propósito.
Gostam de falar de forma edificante sobre a presença de Jesus sempre que “dois
ou três se reúnem”. Mas geralmente morrem antes de começar a entender por quê
existem. E se não morrem, suas reuniões se convertem em algo estéril à medida
que o tempo passa.
A sociedade de mal-humorados e insatisfeitos. Geralmente constituída por ex-dirigentes de igrejas e
cristãos reciclados. Estes grupos se reúnem alegremente em assembléia para
lamber suas feridas e lançar por terra a “espiritualmente abusiva” igreja
institucional. Suas reuniões exalam pessimismo, são cínicas e refletem uma
velada amargura. Tragicamente, depois que os membros se cansam de atacar a
igreja organizada, começam a se atacar mutuamente. Desta maneira, se encontram possuídos
pelo mesmo espírito que se propuseram a combater. Esta forma de igreja na casa
atrai a cristãos que estão profundamente feridos e jamais aprenderam a confiar
em alguém.
A igreja da liturgia ainda não escrita. Mesmo que estas igrejas se mantenham fora da corrente do
cristianismo institucional, algumas vezes não se reúnem em casa, mas em lugares
alugados. A debilidade mais patente de suas reuniões se encontra em uma
liturgia sem regras que, repetida regularmente a cada semana, passa
desapercebida pelos seus membros. Contudo, se a ordem da adoração é alterada
por qualquer motivo, os dirigentes da igreja, diante de todos, chamarão os
violadores à ordem, censurando-os pela irreverência deles.
Conquanto que todos os grupos anteriormente mencionados
navegam felizmente sob o estandarte da “igreja nas casas”, todos estão
deficientes em relação à idéia do Novo Testamento conhecida por ekklesia. A
ekklesia, sob as normas do Novo Testamento, é um grupo de cristãos que se reúnem
em, para e pelo Senhor Jesus Cristo, exclusivamente. É uma assembléia de crentes
que estão fortemente comprometidos com a Sua plena expressão dentro de sua
comunidade. Jesus Cristo é o sangue que dá vida à ekklesia. Ele é o centro, a
circunferência, o conteúdo, o foco e o ponto de reunião da comunidade. Os
santos que se reúnem como ekklesia em um local em particular, estão consumidos
com Cristo e nada mais. A sua meta é fazer a ele visível em sua comunidade –
sua marca é o crescente conhecimento no Senhor – e seu testemunho é um indiscutível
amor de uns para com os outros. As igrejas nas casas que não estão
caracterizadas por estas qualidades espirituais, não apenas perdem o passo, mas
que estão dançando uma música equivocada.
A genuína ekklesia não está centrada em temas, pessoas ou
doutrinas. Está centrada em Cristo. A ekklesia existe por uma razão e para um
propósito exclusivamente – a indiscutível supremacia e centralidade de seu
Senhor. De fato, desde o ponto de vista de Deus, a igreja é uma Pessoa, e não
uma estrutura. É Jesus Cristo em sua expressão corporativa humana.
Atos 2:47
louvando a Deus e contando com a
simpatia de todo o povo. Enquanto isso, acrescentava-lhes o Senhor, dia a dia,
os que iam sendo salvos.
Atos 5:14
E crescia mais e mais a multidão
de crentes, tanto homens como mulheres, agregados ao Senhor,
Atos 9:4
e, caindo por terra, ouviu uma
voz que lhe dizia: Saulo, Saulo, por que me persegues?
1 Coríntios 12:12
Porque, assim como o corpo é um e tem muitos membros, e todos os membros,
sendo muitos, constituem um só corpo, assim também com respeito a Cristo.
O perigo de uma vida
curta
Podemos dizer que
muitas das “igrejas nas casas” de nosso tempo se desintegram em um curto espaço
de tempo. Na verdade, poucos dos cristãos que decidem se lançar fora da igreja
institucionalizada, podem chegar a conseguir. De acordo com minhas próprias
observações, ao longo dos últimos dez anos, a típica igreja na casa tem uma
vida compreendida entre os seis meses e os quatro anos.
Neste período de
tempo, a igreja geralmente de dissolve devido a uma divisão irreconciliável ou
a uma crise sem solução. (As crises estão geralmente enraizadas a uma dramática
luta pelo poder, uma manipulação por impor um ponto de vista teológico ou uma
falta de aceitação sobre certas personalidades). Se o grupo consegue manter-se
unido e atravessar esses conflitos, provavelmente se transformará em um grupo
de menor tamanho, uma versão de “o pequeno é belo”, mas seguindo o modelo da
igreja institucional. Isto é, alguém dentro do grupo se desenvolverá como algo
equivalente ao pastor que dirige os santos.
Mesmo que esta pessoa não seja reconhecida como pastor, nem
se mova de foram autoritária, sua função será como a de um clérigo
profissional. E os santos crescerão e chegarão a depender dele. Outra
possibilidade de ocorrência é que um grupo de homens, autodenominados
“anciãos”, surja e governe a igreja de forma oligarca – passando por cima de
todas as sensibilidades dos irmãos. (Com respeito a isso, grande quantidade das
igrejas nas casas de nossos dias não foram capazes de se separar do velho
fermento do autoritarismo).
Concordo que existam igrejas nas casas que conseguiram
superar a marca dos quatro anos sem erigir uma estrutura ou figura ditatorial.
Mas são muito escassas. Mais difícil é encontrar igrejas nas casas que duraram
mais de dez anos. Dentre as espécies próximas de extinção estão as igrejas nas
casas com vinte anos de duração. Aquelas que ultrapassam os vinte anos são
lamentavelmente escassas.
Em poucas palavras, quando Jesus Cristo não é o centro da
igreja na casa, o único combustível que a pode motivar é um tema interessante,
uma personalidade carismática ou uma engenhosa doutrina. Mas todos esses
combustíveis não conseguem levar muito longe a igreja na casa. E quando a
gasolina acaba, o grupo entra em colapso. Uma irmandade de crentes somente pode
ser mantida junta em forma operante, quando existe um encontro contínuo com o
Senhor Jesus Cristo, sendo este o elemento dominante da reunião como resultado,
se Cristo não é a argamassa da igreja não institucional, suas reuniões se
convertem em algo vazio, sem cor e, eventualmente insustentável.
Descobrindo um grande erro
Em certa ocasião, o
salmista murmurou:
Salmo 11:3
Ora, destruídos os fundamentos, que poderá fazer o justo?
Eu creio que a maior
parte das igrejas nas casas que desapareceram foi porque não estavam
fundamentadas sobre a revelação de Jesus Cristo. Em seu lugar, o fundamento era
algo de menor valor. Existe uma grande variedade de razões do por que os
cristãos se reúnem – incluindo nobres razões que têm algo a ver com Cristo. Mas
também existe uma enorme diferença entre reunir-se ao redor de “algo” a cerca
do Senhor e reunir-se ao redor do Senhor em pessoa. Existe um grande oceano que
marca a diferença entre reunir-se ao redor de algo abstrato ou reunir-se ao
redor de Alguém em concreto.
Se fores ler o Novo Testamento com a intenção de descobrir
como as primeiras ekklesias foram fundadas, encontrarás que estavam solidamente
edificadas sobre a inabalável rocha da revelação de Jesus Cristo. [A revelação de qualquer outra base (por mais espiritual ou biblicamente correta que seja) estará fadada a rachar (divisão) e fracasso (apostasia)].
Mateus 16:16-18
Respondendo Simão Pedro, disse:
Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo. Então, Jesus lhe afirmou: Bem-aventurado
és, Simão Barjonas, porque não foi carne e sangue que to revelaram, mas meu
Pai, que está nos céus. Também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra
edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela.
Todas as ekklesias plantadas por Paulo, foram construídas por
esta revelação.
1 Coríntios 3:11
Porque ninguém pode lançar outro
fundamento, além do que foi posto, o qual é Jesus Cristo.
Todas estiveram fundamentadas sobre o alicerce, revelando o
que ele chamou de “o mistério”.
Colossenses 4:3
Suplicai, ao mesmo tempo, também
por nós, para que Deus nos abra porta à palavra, a fim de falarmos do mistério
de Cristo, pelo qual também estou algemado;
Efésios 1:17-22
para que o Deus de nosso Senhor
Jesus Cristo, o Pai da glória, vos conceda espírito de sabedoria e de revelação
no pleno conhecimento dele, iluminados os olhos do vosso coração, para saberdes
qual é a esperança do seu chamamento, qual a riqueza da glória da sua herança
nos santos e qual a suprema grandeza do seu poder para com os que cremos,
segundo a eficácia da força do seu poder; o qual exerceu ele em Cristo,
ressuscitando-o dentre os mortos e fazendo-o sentar à sua direita nos lugares
celestiais, acima de todo principado, e potestade, e poder, e domínio, e de
todo nome que se possa referir, não só no presente século, mas também no
vindouro. E pôs todas as coisas debaixo dos pés, e para ser o cabeça sobre
todas as coisas, o deu à igreja,
Efésios 6:19
e também por mim; para que me
seja dada, no abrir da minha boca, a palavra, para, com intrepidez, fazer
conhecido o mistério do evangelho,
Paulo proclamava a Jesus Cristo e revelava o eterno propósito
de Deus a cerca dele a todo aquele que queria escutar. E desta fenomenal
revelação do eterno mistério de Cristo, espontaneamente apareciam as ekklesias
(notemos que a declaração apostólica de Jesus Cristo tem propriedades de
associação comunitária).
Porque a ekklesia está fundamentada sobre Jesus Cristo, pode
sobreviver às mais intensas pressões e provas.
1 Coríntios 3:6-15
Eu plantei, Apolo regou; mas o
crescimento veio de Deus. De modo que nem o que planta é alguma coisa, nem o
que rega, mas Deus, que dá o crescimento. Ora, o que planta e o que rega são
um; e cada um receberá o seu galardão, segundo o seu próprio trabalho. Porque
de Deus somos cooperadores; lavoura de Deus, edifício de Deus sois vós. Segundo
a graça de Deus que me foi dada, lancei o fundamento como prudente construtor;
e outro edifica sobre ele. Porém cada um veja como edifica. Porque ninguém pode
lançar outro fundamento, além do que foi posto, o qual é Jesus Cristo. Contudo,
se o que alguém edifica sobre o fundamento é ouro, prata, pedras preciosas,
madeira, feno, palha, manifesta se tornará a obra de cada um; pois o Dia a
demonstrará, porque está sendo revelada pelo fogo; e qual seja a obra de cada
um o próprio fogo o provará. Se permanecer a obra de alguém que sobre o
fundamento edificou, esse receberá galardão; se a obra de alguém se queimar,
sofrerá ele dano; mas esse mesmo será salvo, todavia, como que através do fogo.
Os ventos podem soprar com violência e as águas cair
torrencialmente, mas a casa se manterá porque está fundamentada em uma Rocha.
Mateus 7:24-27
Todo aquele, pois, que ouve estas
minhas palavras e as pratica será comparado a um homem prudente que edificou a
sua casa sobre a rocha; e caiu a chuva, transbordaram os rios, sopraram os
ventos e deram com ímpeto contra aquela casa, que não caiu, porque fora
edificada sobre a rocha. E todo aquele que ouve estas minhas palavras e não as
pratica será comparado a um homem insensato que edificou a sua casa sobre a
areia; e caiu a chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos e deram com
ímpeto contra aquela casa, e ela desabou, sendo grande a sua ruína.
Lucas 6:46-48
Por que me chamais Senhor,
Senhor, e não fazeis o que vos mando? Todo aquele que vem a mim, e ouve as
minhas palavras, e as pratica, eu vos mostrarei a quem é semelhante. É
semelhante a um homem que, edificando uma casa, cavou, abriu profunda vala e
lançou o alicerce sobre a rocha; e, vindo a enchente, arrojou-se o rio contra
aquela casa e não a pôde abalar, por ter sido bem construída.
Jesus Cristo é a única fundação/base inabalável sobre a qual o
povo de Deus pode acertadamente se reunir.
Tragicamente, poucos cristãos de nossos dias têm alguma ideia
de qual é o mistério de Cristo, nem de que maneira tudo isso estava contido na
teologia de Paulo. (Suas cartas estão literalmente gotejando sobre esta frase –
1 Co 2:6-3:2; Rm 16:25-26; Cl 1:24-27; 2:1-3; 4:2-3; Ef 1:9-10; 2:14-16;
3:1-11; 5:29-32; 6:19). Apesar de tudo, o mistério do divino propósito é o
pensamento central de Deus sobre toda a Escritura. Consequentemente, esses
cristãos que buscam servir a Deus sem os fortes suportes da hierarquia humana,
devem construir sua vida comunitária sobre o mistério de Deus em Cristo. Se não
fizerem desta forma, suas oportunidade de sobreviver serão quase nenhuma.
Recuperando o trabalhador viajante
Isto nos traz agora à pergunta crítica e ao eixo central
deste trabalho: Como foram levantadas as igrejas do Novo Testamento? A resposta
é instrutiva. Virtualmente, cada igreja no Novo Testamento nasceu nas mãos de
um forasteiro, trabalhador viajante. Esta pessoa é conhecida pelos seguintes
nomes: “apóstolo”, “enviado”, “trabalhador”, “obreiro da construção”, “semeador
de igrejas”, etc. (As poucas igrejas mencionadas no Novo Testamento que
surgiram sem a ajuda direta de um trabalhador viajante, sempre forma ajudadas e
apoiadas por algum desses).
No capítulo 5 do livro “Quem é tua cobertura?”, brevemente
discuto a natureza do trabalhador apostólico. Lá eu demonstro que a função
principal de um trabalhador é traçar os alicerces de Cristo no meio de um grupo
de pessoas e capacitá-las para funcionar como um Corpo em sua ausência. Dito em
outras palavras, a missão principal do trabalho apostólico é plantar a
ekklesia.
Como Deus produz obreiros? Os obreiros surgem do terreno de
uma ekklesia existente. Um obreiro é uma pessoa que foi chamada, preparada e
enviada para fazer nascer ekklesias. A maior parte da preparação do obreiro
para este serviço consiste em viver dentro de uma ekklesia já existente, antes
de ser enviado. Isto se aplicava a todos os trabalhadores viajantes mencionados
no Novo Testamento. Estes homens não abandonavam a sinagoga no domingo e
decidiriam que sairiam plantando igrejas na segunda-feira. Teriam em primeiro
lugar que experimentar o que em seguida seriam enviados a plantar. Este
principio é sumamente importante. Todos os aspirantes a “plantadores de igrejas”
que não viveram um só dia no contexto da ekklesia do Novo Testamento deverão
reconsiderar isso seriamente.
A educação em um seminário não pode capacitar uma pessoa para
levantar uma ekklesia – como tampouco pode fazer qualquer posição em uma igreja
institucional. Somente o tempo vivido, respirando a expressão orgânica do Corpo
de Cristo (sem organização hierárquica), pode equipar a pessoa para tal
trabalho. Resumindo, alguém não pode reproduzir o que não experimentou pessoalmente!
E o que é mais, a ferida e a glória – a prova e a transformação – a separação e
a elevação – o humilhado e o formoso – a exposição e aumento que a vida do
Corpo proporciona, é absolutamente vital para a preparação daqueles que são
chamados para a obra de Deus.
O alegremente lançar-se a plantar igrejas no estilo do Novo
Testamento – ou igreja nas casas – sem haver experimentado tal preparação, é
uma simples presunção. A natureza pura da ekklesia está designada para prevenir
a todos aqueles futuros obreiros de converterem-se em clérigos viajantes que se
assenhoreiam sobre as igrejas locais como chefes à distância. Viver a vida na
ekklesia sem estar debaixo de nenhum líder, exige submissão e humildade. (Veja
o livro “Quem é tua cobertura?” para uma discussão compreensiva sobre os abusos
relacionados com a denominada “autoridade apostólica”).
Enraizando na eternidade
Para compreender como
Deus prepara aos obreiros viajantes, antes temos que começar pelo ponto da vida
cristã. Temos que começar no passado eterno. Antes da criação, existia um Deus
e três pessoas – uma transcendente comunidade de três entidades pessoais: Deus
o Pai, Deus o Filho e Deus o Espírito Santo. Baseado nisto, sabemos pelo Novo
Testamento que havia três coisas acontecendo dentro de Deus no passado
incontável.
Em primeiro lugar, Deus em três
pessoas, intercambiava amor consigo mesmo. Entre a comunidade da Trindade, o
Pai, o Filho e o Espírito, compartilhavam um mútuo, apaixonado e incondicional
amor de um para com os outros. A Trindade mostra a Deus como uma comunidade de
perfeição, amor mútuo. E este amor é a fonte de onde surge a natureza divina.
1 João 4:8,16
Aquele que não ama não conhece a
Deus, pois Deus é amor.
E nós conhecemos e cremos no amor
que Deus tem por nós. Deus é amor, e aquele que permanece no amor permanece em
Deus, e Deus, nele.
Amor é a essência da vida cristã. Portanto, a vida do cristão
encontra sua origem na natureza de Deus que existe desde o passado eterno. (João
13:34-35; 17:23-25; Gálatas 5:14; Romanos 13:8-10; 1 Timóteo 1:5).
Em segundo lugar, a comunidade
Divina goza de uma irmandade eterna.
Provérbios 8:22-31
O SENHOR me possuía no início de
sua obra, antes de suas obras mais antigas. Desde a eternidade fui
estabelecida, desde o princípio, antes do começo da terra. Antes de haver
abismos, eu nasci, e antes ainda de haver fontes carregadas de águas. Antes que
os montes fossem firmados, antes de haver outeiros, eu nasci. Ainda ele não
tinha feito a terra, nem as amplidões, nem sequer o princípio do pó do mundo. Quando
ele preparava os céus, aí estava eu; quando traçava o horizonte sobre a face do
abismo; quando firmava as nuvens de cima; quando estabelecia as fontes do
abismo; quando fixava ao mar o seu limite, para que as águas não traspassassem
os seus limites; quando compunha os fundamentos da terra; então, eu estava com
ele e era seu arquiteto, dia após dia, eu era as suas delícias, folgando
perante ele em todo o tempo; regozijando-me no seu mundo habitável e achando as
minhas delícias com os filhos dos homens.
João 1:1-3
No princípio era o Verbo, e o
Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas
as coisas foram feitas por intermédio dele, e, sem ele, nada do que foi feito
se fez.
João 1:18
Ninguém jamais viu a Deus; o Deus
unigênito, que está no seio do Pai, é quem o revelou.
João 15:26
Quando, porém, vier o Consolador,
que eu vos enviarei da parte do Pai, o Espírito da verdade, que dele procede,
esse dará testemunho de mim;
João 17:5
e, agora, glorifica-me, ó Pai,
contigo mesmo, com a glória que eu tive junto de ti, antes que houvesse mundo.
O Pai, o Filho e o Espírito Santo experimentam mutuamente o
que no Novo Testamento se conhece com a palavra grega koinonia – vida
compartilhada, comunhão, comunidade. Koinonia é a essência da ekklesia. Esta é
uma vida compartilhada, uma comunidade na qual seus membros gozam de uma
irmandade mútua com o Deus Triúno e de uns com os outros.
Atos 2:42
E perseveravam na doutrina dos
apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações.
1 Coríntios 1:9
Pois está escrito: Destruirei a
sabedoria dos sábios e aniquilarei a inteligência dos instruídos.
2 Coríntios 13:14
A graça do Senhor Jesus Cristo, e
o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo sejam com todos vós.
1 João 1:3
o que temos visto e ouvido
anunciamos também a vós outros, para que vós, igualmente, mantenhais comunhão
conosco. Ora, a nossa comunhão é com o Pai e com seu Filho, Jesus Cristo.
Isto nos demonstra que a ekklesia encontra sua origem em Deus
desde o início dos tempos.
Em terceiro lugar, o Deus Triúno concebeu
um propósito eterno, envolveu este propósito em um mistério e o escondeu no Filho
até que chegasse o tempo apropriado.
Romanos 16:25
Ora, àquele que é poderoso para
vos confirmar segundo o meu evangelho e a pregação de Jesus Cristo, conforme a
revelação do mistério guardado em silêncio nos tempos eternos,
Efésios 1:9-11
desvendando-nos o mistério da sua
vontade, segundo o seu beneplácito que propusera em Cristo, de fazer convergir
nele, na dispensação da plenitude dos tempos, todas as coisas, tanto as do céu,
como as da terra; nele, digo, no qual fomos também feitos herança,
predestinados segundo o propósito daquele que faz todas as coisas conforme o
conselho da sua vontade,
Efésios 3:3-11
pois, segundo uma revelação, me
foi dado conhecer o mistério, conforme escrevi há pouco, resumidamente; pelo
que, quando ledes, podeis compreender o meu discernimento do mistério de
Cristo, o qual, em outras gerações, não foi dado a conhecer aos filhos dos
homens, como, agora, foi revelado aos seus santos apóstolos e profetas, no
Espírito, a saber, que os gentios são co-herdeiros, membros do mesmo corpo e
co-participantes da promessa em Cristo Jesus por meio do evangelho; do qual fui
constituído ministro conforme o dom da graça de Deus a mim concedida segundo a
força operante do seu poder. A mim, o menor de todos os santos, me foi dada
esta graça de pregar aos gentios o evangelho das insondáveis riquezas de Cristo
e manifestar qual seja a dispensação do mistério, desde os séculos, oculto em
Deus, que criou todas as coisas, para que, pela igreja, a multiforme sabedoria
de Deus se torne conhecida, agora, dos principados e potestades nos lugares
celestiais, segundo o eterno propósito que estabeleceu em Cristo Jesus, nosso
Senhor,
O conteúdo do mistério consistia em que a Comunidade da
Trindade um dia expandiria sua irmandade para a raça criada.
João 17:20-26
Não rogo somente por estes, mas
também por aqueles que vierem a crer em mim, por intermédio da sua palavra; a fim
de que todos sejam um; e como és tu, ó Pai, em mim e eu em ti, também sejam
eles em nós; para que o mundo creia que tu me enviaste. Eu lhes tenho
transmitido a glória que me tens dado, para que sejam um, como nós o somos; eu
neles, e tu em mim, a fim de que sejam aperfeiçoados na unidade, para que o
mundo conheça que tu me enviaste e os amaste, como também amaste a mim. Pai, a
minha vontade é que onde eu estou, estejam também comigo os que me deste, para
que vejam a minha glória que me conferiste, porque me amaste antes da fundação
do mundo. Pai justo, o mundo não te conheceu; eu, porém, te conheci, e também
estes compreenderam que tu me enviaste. 26 Eu lhes fiz conhecer o teu nome e
ainda o farei conhecer, a fim de que o amor com que me amaste esteja neles, e
eu neles esteja.
Gálatas 6:15
Pois nem a circuncisão é coisa
alguma, nem a incircuncisão, mas o ser nova criatura.
Efésios 2:15
aboliu, na sua carne, a lei dos
mandamentos na forma de ordenanças, para que dos dois criasse, em si mesmo, um
novo homem, fazendo a paz,
Efésios 3:3-6
pois, segundo uma revelação, me
foi dado conhecer o mistério, conforme escrevi há pouco, resumidamente; pelo
que, quando ledes, podeis compreender o meu discernimento do mistério de
Cristo, o qual, em outras gerações, não foi dado a conhecer aos filhos dos
homens, como, agora, foi revelado aos seus santos apóstolos e profetas, no
Espírito, a saber, que os gentios são co-herdeiros, membros do mesmo corpo e
co-participantes da promessa em Cristo Jesus por meio do evangelho;
Colossenses 1:25-27
da qual me tornei ministro de
acordo com a dispensação da parte de Deus, que me foi confiada a vosso favor,
para dar pleno cumprimento à palavra de Deus: o mistério que estivera oculto
dos séculos e das gerações; agora, todavia, se manifestou aos seus santos; aos
quais Deus quis dar a conhecer qual seja a riqueza da glória deste mistério
entre os gentios, isto é, Cristo em vós, a esperança da glória;
Colossenses 3:11
no qual não pode haver grego nem
judeu, circuncisão nem incircuncisão, bárbaro, cita, escravo, livre; porém
Cristo é tudo em todos.
O assegurar e fazer crescer esta irmandade divina é a
essência do trabalho apostólico – o qual leva os homens a Cristo com o objetivo
de dar nascimento à igreja. Fundamentalmente, a ekklesia é uma comunidade
humana que vive pela vida Divina.
João 6:57
Assim como o Pai, que vive, me
enviou, e igualmente eu vivo pelo Pai, também quem de mim se alimenta por mim
viverá.
Gálatas 2:20
logo, já não sou eu quem vive,
mas Cristo vive em mim; e esse viver que, agora, tenho na carne, vivo pela fé
no Filho de Deus, que me amou e a si mesmo se entregou por mim.
2 Pedro 1:4
pelas quais nos têm sido doadas
as suas preciosas e mui grandes promessas, para que por elas vos torneis
co-participantes da natureza divina, livrando-vos da corrupção das paixões que
há no mundo,
Dito de outra forma, a natureza do trabalho apostólico é a de
construir a ekklesia.
Como conseqüência, está dentro da Eterna Cabeça Divina que
localizemos as fontes de onde emana a vida cristã, a ekklesia, e o trabalho
apostólico.
Uma concepção em Nazaré
Quando Deus criou o universo, Ele teceu no mais profundo
desta trama uma série de desenhos e símbolos que refletiriam o mistério do seu
eterno propósito. Na realidade, cada um desses seis dias de criação tipificaram
o propósito eterno de Deus – um propósito que está atado com Cristo e sua Amada
ekklesia. Mais tarde, Deus escolheu uma nação específica (Israel) para, de
antemão, ser uma figura e profecia da vida cristã, a ekklesia e o trabalho apostólico.
Finalmente, em seu devido tempo, o Filho de Deus desceu dos
céus e se converteu em homem. Nascido em Belém e criado em Nazaré, Jesus Cristo
encarna o eterno propósito de Deus para a humanidade. (Este é o significado do
título que freqüentemente ele dava a si mesmo, “o Filho do Homem”). O que teve
sua origem na eternidade passada, foi concebido em uma oficina de carpintaria
na mal reputada cidade de Nazaré.
Marcos 6:3
Não é este o carpinteiro, filho
de Maria, irmão de Tiago, José, Judas e Simão? E não vivem aqui entre nós suas
irmãs? E escandalizavam-se nele.
João 1:46
Perguntou-lhe Natanael: De Nazaré
pode sair alguma coisa boa? Respondeu-lhe Filipe: Vem e vê.
Foi na cidade do nosso Senhor onde Deus Pai ensinou a Jesus
três coisas:
Lucas 2:40,49,52
Crescia o menino e se fortalecia,
enchendo-se de sabedoria; e a graça de Deus estava sobre ele.
Ele lhes respondeu: Por que me
procuráveis? Não sabíeis que me cumpria estar na casa de meu Pai?
E crescia Jesus em sabedoria,
estatura e graça, diante de Deus e dos homens.
Lucas 4:16 Indo para Nazaré, onde
fora criado, entrou, num sábado, na sinagoga, segundo o seu costume, e
levantou-se para ler.
Em primeiro lugar, o Pai ensinou a
seu Filho a viver uma vida cristã.
João 5:19-20,26,30
Então, lhes falou Jesus: Em
verdade, em verdade vos digo que o Filho nada pode fazer de si mesmo, senão
somente aquilo que vir fazer o Pai; porque tudo o que este fizer, o Filho
também semelhantemente o faz. Porque o Pai ama ao Filho, e lhe mostra tudo o
que faz, e maiores obras do que estas lhe mostrará, para que vos maravilheis.
Porque assim como o Pai tem vida
em si mesmo, também concedeu ao Filho ter vida em si mesmo.
Eu nada posso fazer de mim mesmo;
na forma por que ouço, julgo. O meu juízo é justo, porque não procuro a minha
própria vontade, e sim a daquele que me enviou.
João 7:16
Respondeu-lhes Jesus: O meu
ensino não é meu, e sim daquele que me enviou.
João 8:26,28
Muitas coisas tenho para dizer a
vosso respeito e vos julgar; porém aquele que me enviou é verdadeiro, de modo
que as coisas que dele tenho ouvido, essas digo ao mundo.
Disse-lhes, pois, Jesus: Quando
levantardes o Filho do Homem, então, sabereis que EU SOU e que nada faço por
mim mesmo; mas falo como o Pai me ensinou.
João 10:37-38
Se não faço as obras de meu Pai,
não me acrediteis; mas, se faço, e não me credes, crede nas obras; para que
possais saber e compreender que o Pai está em mim, e eu estou no Pai.
João 12:49-50
Porque eu não tenho falado por
mim mesmo, mas o Pai, que me enviou, esse me tem prescrito o que dizer e o que
anunciar. E sei que o seu mandamento é a vida eterna. As coisas, pois, que eu
falo, como o Pai mo tem dito, assim falo.
João 14:10
Não crês que eu estou no Pai e
que o Pai está em mim? As palavras que eu vos digo não as digo por mim mesmo;
mas o Pai, que permanece em mim, faz as suas obras.
A vida cristã é uma vida de amor divino. Disso vem o ditado
de Ian Thomas: “é necessário ser Deus para ser homem”. Como conseqüência, o
Filho trouxe à terra o amor incondicional que Ele conheceu e expressou antes de
sua encarnação. Desta maneira, Jesus Cristo expressava a imagem de Deus como
homem. Ele revelou aos homens e aos anjos, como um ser humano poderia viver a
vida divina. Jesus Cristo viveu a vida do cristão por meio da vida de seu Pai.
João 6:57
Assim como o Pai, que vive, me
enviou, e igualmente eu vivo pelo Pai, também quem de mim se alimenta por mim
viverá.
(A propósito, a forma em que a maior parte dos crentes
modernos são ensinados a viver a vida do cristão é uma pobre figura do que Cristo
nos ensinou a viver).
Em segundo lugar, o Pai ensinou ao
Filho como ter relacionamento com Ele como homem. Nos dias em que o Senhor
Jesus esteve em carne, ele aprendeu a relacionar-se com seu Pai internamente
(isto é, por meio do seu espírito humano). Em conseqüência, em Seu interior,
dentro dele mesmo, já encarnava a semente da ekklesia. Da mesma maneira que Eva
já se encontrava no interior de Adão antes de sua aparição, a ekklesia também
já se encontrava dentro do Filho de Deus antes que Ele a fizesse nascer.
Gênesis 2:18-24
Disse mais o SENHOR Deus: Não é
bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma auxiliadora que lhe seja idônea. Havendo,
pois, o SENHOR Deus formado da terra todos os animais do campo e todas as aves
dos céus, trouxe-os ao homem, para ver como este lhes chamaria; e o nome que o
homem desse a todos os seres viventes, esse seria o nome deles. Deu nome o
homem a todos os animais domésticos, às aves dos céus e a todos os animais
selváticos; para o homem, todavia, não se achava uma auxiliadora que lhe fosse
idônea. Então, o SENHOR Deus fez cair pesado sono sobre o homem, e este
adormeceu; tomou uma das suas costelas e fechou o lugar com carne. E a costela
que o SENHOR Deus tomara ao homem, transformou-a numa mulher e lha trouxe. E disse
o homem: Esta, afinal, é osso dos meus ossos e carne da minha carne;
chamar-se-á varoa, porquanto do varão foi tomada. Por isso, deixa o homem pai e
mãe e se une à sua mulher, tornando-se os dois uma só carne.
Efésios 5:25-32
Maridos, amai vossa mulher, como
também Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela, para que a
santificasse, tendo-a purificado por meio da lavagem de água pela palavra, para
a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa
semelhante, porém santa e sem defeito. Assim também os maridos devem amar a sua
mulher como ao próprio corpo. Quem ama a esposa a si mesmo se ama. Porque
ninguém jamais odiou a própria carne; antes, a alimenta e dela cuida, como
também Cristo o faz com a igreja; porque somos membros do seu corpo. Eis por
que deixará o homem a seu pai e a sua mãe e se unirá à sua mulher, e se
tornarão os dois uma só carne. Grande é este mistério, mas eu me refiro a
Cristo e à igreja.
Como homem, Jesus Cristo continua a Divina koinonia que Ele conheceu
no passado eterno. Dentro do seio do nosso Senhor, a humanidade se irmanava com
a divindade. Pela primeira vez o ser humano era introduzido em uma participação
vital com a comunidade divina. Desta maneira, Jesus Cristo encarnava o
propósito eterno de Deus para o homem.
Em terceiro lugar, o Pai treinava ao
Filho em como chegar a ser o primeiro trabalhador apostólico.
João 4:34
Disse-lhes Jesus: A minha comida
consiste em fazer a vontade daquele que me enviou e realizar a sua obra.
João 9:4
É necessário que façamos as obras
daquele que me enviou, enquanto é dia; a noite vem, quando ninguém pode
trabalhar.
Efésios 5:25
Maridos, amai vossa mulher, como
também Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela,
Estranhamente, Jesus Cristo não aprendeu como servir a Seu
Pai e construir a ekklesia por mãos de especialistas religiosos. Os estudantes
de escribas de seu dia, debaixo de seus tutores, estudavam as Escrituras
Hebraicas, as tradições orais e os comentários rabínicos. E os futuros
sacerdotes eram enviados a aprender as suas confusas práticas secretas. Em
contraste, Jesus aprendeu primeiro a ser um trabalhador cristão como um obreiro
de baixo nível em uma pobre carpintaria de Nazaré.
Jesus Cristo não conheceu seminário algum, não teve professores
humanos nem existiu um programa acadêmico para Ele. Em seu lugar, Ele aprendeu
a comunicar-se em irmandade com Seu Pai, amar a Seu Pai, obedecer a Seu Pai e
receber a doutrina de Seu Pai em meio às feridas nas mãos e nos afazeres que se
encontram em uma oficina de um obreiro. (De acordo com isso, a forma em que os
homens são treinados para o chamado “ministério” de hoje, é incompleto e
dissonante com respeito ao caminho escolhido por Deus para treinar os homens de
sua obra).
Portanto, aquele que encontra suas raízes no passado eterno
do Deus Triúno, foi concebido em um carpinteiro de Nazaré. A vida cristã, a
ekklesia, e o trabalho apostólico, todos foram experimentados no Deus que se
fez homem: Jesus de Nazaré.
Um embrião na Galiléia
Tão chocante como pode
soar, o Pai levou aproximadamente trinta anos para treinar a seu Filho para ser
o primeiro trabalhador apostólico. O Senhor Jesus não começou seu ministério na
terra até que fosse dado a ele o poder por meio do Espírito ao redor de seus
trinta anos.
Lucas 3:22-23
e o Espírito Santo desceu sobre
ele em forma corpórea como pomba; e ouviu-se uma voz do céu: Tu és o meu Filho
amado, em ti me comprazo. Ora, tinha Jesus cerca de trinta anos ao começar o
seu ministério. Era, como se cuidava, filho de José, filho de Eli;
Isto aconteceu em seu batismo, no rio Jordão.
Mateus 3:16-17
Batizado Jesus, saiu logo da
água, e eis que se lhe abriram os céus, e viu o Espírito de Deus descendo como
pomba, vindo sobre ele. E eis uma voz dos céus, que dizia: Este é o meu Filho
amado, em quem me comprazo.
Cristo não pôs em prática sua pregação, ensinamentos ou curas
até que não fosse enviado por seu Pai.
Lucas 4:1
Jesus, cheio do Espírito Santo,
voltou do Jordão e foi guiado pelo mesmo Espírito, no deserto,
Lucas 4:16-18
Indo para Nazaré, onde fora
criado, entrou, num sábado, na sinagoga, segundo o seu costume, e levantou-se
para ler. Então, lhe deram o livro do profeta Isaías, e, abrindo o livro, achou
o lugar onde estava escrito: O Espírito do Senhor está sobre mim, pelo que me
ungiu para evangelizar os pobres; enviou-me para proclamar libertação aos
cativos e restauração da vista aos cegos, para pôr em liberdade os oprimidos,
Assim, pois, o Pai chamou a Jesus Cristo, lhe preparou por
trinta anos e finalmente lhe enviou a desenvolver seu trabalho. (Na verdade,
depois de Seu ministério na terra, nosso Senhor realizou sua maior obra no
Calvário. Mas devido à natureza deste escrito, nos referimos à vida e ao
ministério na terra de nosso Senhor; não nos referimos a obra de Salvação –
pois isto é algo único, que somente Ele poderia realizar).
Como veremos mais adiante, o ser chamado, preparado e enviado
é um princípio espiritual imutável que vai se revelar consistentemente através
do desenvolvimento da igreja no primeiro século.
Pouco tempo depois de Cristo começar seu ministério na terra,
Ele escolheu doze homens.
Lucas 6:13
E, quando amanheceu, chamou a si
os seus discípulos e escolheu doze dentre eles, aos quais deu também o nome de
apóstolos:
Jesus chamou a estes homens para realizar o trabalho
apostólico, os preparou para isso e finalmente os enviou a fazê-lo.
Marcos 3:13-14
Depois, subiu ao monte e chamou
os que ele mesmo quis, e vieram para junto dele. Então, designou doze para
estarem com ele e para os enviar a pregar
Da mesma maneira que o Pai chamou, preparou e enviou ao
Filho, o Filho chamou, preparou e enviou aos doze.
João 17:18
Assim como tu me enviaste ao
mundo, também eu os enviei ao mundo.
Como Jesus Cristo preparou aos doze depois de serem chamados?
A resposta é simples: da mesma maneira que Seu Pai preparou a ele. Existem três
elementos essenciais no treinamento do Filho e no treinamento dos doze, e
ocorre um paralelo entre ambos, Nazaré e a eternidade.
Em primeiro lugar, Cristo ensinou aos
doze como viver a vida de cristãos. O ingrediente essencial deste treinamento
era o simples fato de chamar-lhes “para estar com Ele” (Marcos 3:14).
Observando por outro ângulo, os doze consistentemente observavam ao Filho
relacionar-se com Seu Pai que habitava nele. Observavam seu relacionamento, seu
amor e sua obediência. Puderam contemplar a incomparável maneira pela qual Ele
negava a si mesmo e derramava sua vida pelos demais. Ficavam maravilhados por
sua maravilhosa maneira de ensinar, se impressionavam diante de Sua incomparável
compaixão, observavam sua forma sagaz de manejar o criticismo, estudavam Sua
resposta graciosa à perseguição e esquadrinhavam sua profunda maneira de orar.
Em outras palavras, os doze observavam a vida de um homem
vivendo por meio da vida Divina. E esta “observação” não era feita à distância,
mas dentro do terreno no qual os doze viviam ba presença do Filho de Deus. A
este respeito, a maneira de Cristo ensinar representa uma forma pedagógica
totalmente diferente do modelo moderno de ensino mediante a entrega de
informação que é passada de forma estéril de um livro de notas ao outro.
(aquele método tinha como resultado a discípulos transformados, quanto que o
moderno da lugar a consumidores de informação mental. Mas isso ficará sob outro
tema de discussão).
Em segundo lugar, Jesus introduziu
aos doze na vida da ekklesia. Isto é, eles aprenderam a relacionar-se como
irmãos. Com Ele e entre eles mesmos, em um cenário totalmente informal. Se
sentavam a Seus pés e escutavam. Sua palavra nas casas, na praia, ao longo dos
caminhos empoeirados, sobre as montanhas e ao redor da fogueira do acampamento
– fazendo perguntas e respondendo às que Ele lhes fazia (Marcos 4:10,34; 7:17;
Lucas 8:9; 9:18; 11:1; João 6:3; 9:2.) os doze participavam consistentemente da
irmandade na mesa, partindo o pão ao redor do Filho de Deus (Mateus 26:26;
Lucas 24:41-43). É interessante notar que estas atividades marcariam
essencialmente a primeira ekklesia que nasceria uns anos mais tarde.
Atos 2:42
E perseveravam na doutrina dos
apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações.
Desta maneira, a primitiva simplicidade que, na terra, os
doze gozavam com Cristo, constituía o embrião da ekklesia. Era como uma sombra
que se projetava do estaria por vir: a humanidade participando da irmandade
Divina.
Em terceiro lugar, o Senhor treinou
aos doze para ser trabalhadores. Em que consistiu este treinamento? Por certo
que não se referia ao que suspeitaria a mente natural. Ao contrário da prática
moderna de preparar aos homens para “o ministério”, os doze fizeram muito pouco
trabalho espiritual durante o tempo que Cristo esteve na terra. Colocando entre
parênteses uma missão de prova que aparentemente durou umas tantas semanas, a
maioria das atividades dos doze consistia em trabalhos mundanos, tais como a
distribuição de alimentos aos famintos, administração de hospedagens do
ministério itinerante do Senhor, batizar novos convertidos e preparar o
alimento para as viagens.
Cristo ensinou aos doze como viver a vida Divina. E fez isso
apresentando-a diariamente a eles, por meio de seu exemplo, Ele lhes mostrava
as formas mais práticas de orar, administrar, curar, mostrar compaixão,
resolver conflitos e fazer perguntas. Mas a parte mais importante do
treinamento para o serviço consistia em experimentar a vida corporativa sob a
liderança de Cristo.
Notemos que os doze não somente viviam com Jesus, mas que
conviviam uns com os outros. E pelo fato de que compartilhavam uma vida
comunitária, os doze se encontravam expostos de uma forma dramática. A
carnalidade que se escondia nas sombras, se manifestava quando chocavam suas
cabeças. O lado obscuro das fortes personalidades se desnudava diante do
Senhor, à medida que os doze se enfrentavam entre eles (Mateus. 8:25-26;
17:19-20; Marcos 6:52; 10:13-14, 35-37,41; 14:29-30; 16:14; Lucas 9:46,54;
22:24).
Foi no período desses três anos de viver uma intensa vida
compartilhada e comunitária tendo a Jesus Cristo como centro, em que os
apóstolos foram expostos, provados e dados a conhecer. Foi sob este contexto
coorporativo que eles aprenderam às impagáveis lições de relacionamento,
suportarem-se, paciência, sofrimento, humildade, perdão e compaixão. E à sombra
da magnífica textura desta experiência foi o que qualificou aos doze para ser
úteis nas mãos do Mestre. Em outras palavras, o embrião da ekklesia gerado na
Galiléia se converteu no lugar de treinamento dos doze.
Um nascimento em Jerusalém
Depois de três anos
convivendo com o Filho de Deus, os doze foram enviados por Jesus a começar seu
ministério de plantar ekklesias.
Mateus 28:18-20
Jesus, aproximando-se,
falou-lhes, dizendo: Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra. Ide,
portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e
do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos
tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do
século.
João 20:21
Disse-lhes, pois, Jesus outra
vez: Paz seja convosco! Assim como o Pai me enviou, eu também vos envio.
Esses doze discípulos haviam se convertido nos doze
apóstolos. Depois de sua ressurreição, Cristo soprou neles a mesma vida que
habitava em si mesmo. E os doze incultos galileus agora possuíam ao Senhor
vivendo neles.
João 20:22
E, havendo dito isto, soprou
sobre eles e disse-lhes: Recebei o Espírito Santo.
Além disso, uma vez que Cristo terminou a preparação dos
doze, Ele os deixou para que atuassem por si mesmos.
João 14:28
Ouvistes que eu vos disse: vou e
volto para junto de vós. Se me amásseis, alegrar-vos-íeis de que eu vá para o
Pai, pois o Pai é maior do que eu.
Contudo, não os deixou só, mas os entregou ao Espírito Santo.
João 16:7
Mas eu vos digo a verdade:
convém-vos que eu vá, porque, se eu não for, o Consolador não virá para vós
outros; se, porém, eu for, eu vo-lo enviarei.
Desta maneira, o Cristo com quem eles, em pessoa, tiveram um
relacionamento de irmandade, agora vinha a eles por meio do Espírito.
João 14:16-18
E eu rogarei ao Pai, e ele vos
dará outro Consolador, a fim de que esteja para sempre convosco, o Espírito da
verdade, que o mundo não pode receber, porque não no vê, nem o conhece; vós o
conheceis, porque ele habita convosco e estará em vós. Não vos deixarei órfãos,
voltarei para vós outros.
João 16:13-16
quando vier, porém, o Espírito da
verdade, ele vos guiará a toda a verdade; porque não falará por si mesmo, mas
dirá tudo o que tiver ouvido e vos anunciará as coisas que hão de vir. Ele me
glorificará, porque há de receber do que é meu e vo-lo há de anunciar. Tudo
quanto o Pai tem é meu; por isso é que vos disse que há de receber do que é meu
e vo-lo há de anunciar. Um pouco, e não mais me vereis; outra vez um pouco, e
ver-me-eis.
Da mesma maneira que Jesus Cristo viveu com Seu Pai habitando
nele, os doze começaram a viver com o Filho habitando neles. Este fato foi
passado do Pai ao Filho e do Filho aos doze.
João 17:18
Assim como tu me enviaste ao
mundo, também eu os enviei ao mundo.
João 20:21
Disse-lhes, pois, Jesus outra
vez: Paz seja convosco! Assim como o Pai me enviou, eu também vos envio.
Antes de sua ascensão, o Senhor Jesus comissionou aos doze.
Mas dez dias mais tarde, Ele lhes deu poder e enviou para realizar Seu
trabalho. No dia de Pentecostes, a igreja nasceu em Jerusalém e três mil almas
foram acrescentadas. Agora o bastão de autoridade estava nas mãos dos doze.
Eles levantaram a assembléia de Jerusalém desde seu princípio, mostrando ao
homem e ensinando-lhes como viver por meio dEle habitando neles. Galiléia havia
se estendido até Jerusalém e agora os doze passaram aos santos de Jerusalém a
mesma relação de irmandade que eles mantiveram com o Filho de Deus.
Atos 4:20
pois nós não podemos deixar de
falar das coisas que vimos e ouvimos.
1 João 1:1-3
O que era desde o princípio, o
que temos ouvido, o que temos visto com os nossos próprios olhos, o que
contemplamos, e as nossas mãos apalparam, com respeito ao Verbo da vida (e a
vida se manifestou, e nós a temos visto, e dela damos testemunho, e vo-la
anunciamos, a vida eterna, a qual estava com o Pai e nos foi manifestada), o
que temos visto e ouvido anunciamos também a vós outros, para que vós,
igualmente, mantenhais comunhão conosco. Ora, a nossa comunhão é com o Pai e
com seu Filho, Jesus Cristo.
Durante os três anos seguintes, Deus começou a assegurar um
número de homens que houvessem experimentado a vida de ekklesia em Jerusalém.
Estes homens foram expostos, domados, provados e até treinados contra sua
vontade no contexto corporativo da vida do Corpo. E eles começaram a navegar
como poderosos navios nas mãos do Senhor. Entre esta companhia estavam Estevão,
Felipe, Ágabo, Silas, Judas e Barnabé. Estes homens aparecem no cenário do
drama da igreja do primeiro século como homens dedicados ao ministério
viajante. (Barnabé e Silas se converteram, mais tarde, em trabalhadores itinerantes
também).
Consideremos que todos esses homens não se dedicaram à obra
de Cristo até haver primeiro recebido, pelo menos, três anos de experiência na
ekklesia de Jerusalém. Desta maneira, a rota pela qual estes homens caminharam
era idêntica a dos doze homens da Galiléia.
Levados para o mundo do Egeu
O que começou na cabeça de Deus no passado eterno, foi
concebido em um homem em Nazaré. Se desenvolveu como um embrião dentro do grupo
dos doze homens na Galiléia. E nasceu com esses três mil convertidos em Jerusalém.
Este mesmo princípio continua intocável através das páginas do Novo Testamento.
Aproximadamente doze anos depois de sua conversão, Paulo de Tarso foi enviado
pelo Espírito Santo com Barnabé ao trabalho de levantar a ekklesia.
Contudo, tal como havia sido o caso de todos os obreiros que
o haviam precedido, Paulo e Barnabé ocuparam grande parte de seu tempo em
aprender a Cristo no contexto da ekklesia. Esta experiência precedeu ao “ser
chamados” ao seu trabalho itinerante. (Antes de der enviado, Barnabé esteve na
assembléia em Jerusalém por oito anos. Paulo este cinco anos na assembléia de
Antioquia).
Portanto, Paulo e Barnabé se mantiveram na longa lista de
trabalhadores itinerantes que forma enviados depois de haver sido preparados na
ekklesia. É interessante considerar que na mesma maneira que o Pai preparou e
enviou ao Filho e o Filho preparou e enviou aos doze, foi o Espírito que
preparou e enviou a Paulo e Barnabé.
Atos 13:4
Enviados, pois, pelo Espírito
Santo, desceram a Selêucia e dali navegaram para Chipre.
Mas este princípio não terminou com Paulo e Barnabé. Depois
de haver sido enviado, Paulo realizou as seguintes atividades por ele já
conhecidas: modelou a vida cristã de seus novos convertidos...
1 Coríntios 1:9
Fiel é Deus, pelo qual fostes chamados
à comunhão de seu Filho Jesus Cristo, nosso Senhor.
1 Coríntios 11:1
Sede meus imitadores, como também
eu sou de Cristo.
2 Tessalonicenses 3:7-9
pois vós mesmos estais cientes do
modo por que vos convém imitar-nos, visto que nunca nos portamos desordenadamente
entre vós, nem jamais comemos pão à custa de outrem; pelo contrário, em labor e
fadiga, de noite e de dia, trabalhamos, a fim de não sermos pesados a nenhum de
vós; não porque não tivéssemos esse direito, mas por termos em vista
oferecer-vos exemplo em nós mesmos, para nos imitardes.
Levantou ekklesias na
Galácia, Macedônia, Acaia e na Ásia Menor (Atos 13 – 20) e treinou outros
homens que haviam sido chamados à obra.
1 Coríntios 4:17
Por esta causa, vos mandei
Timóteo, que é meu filho amado e fiel no Senhor, o qual vos lembrará os meus
caminhos em Cristo Jesus, como, por toda parte, ensino em cada igreja.
1 Timóteo 1:2
a Timóteo, verdadeiro filho na
fé, graça, misericórdia e paz, da parte de Deus Pai e de Cristo Jesus, nosso
Senhor.
1 Timóteo 2:1-2
Antes de tudo, pois, exorto que
se use a prática de súplicas, orações, intercessões, ações de graças, em favor
de todos os homens, em favor dos reis e de todos os que se acham investidos de
autoridade, para que vivamos vida tranqüila e mansa, com toda piedade e
respeito.
Como havia acontecido com sua própria vida, os homens
treinados por Paulo foram: 1) chamados por Deus; 2) preparados no contexto das
ekklesias nas quais haviam crescido, 3) mais tarde forma enviados pelo Espírito
por meio de Paulo.
Atos 16:1-3
Chegou também a Derbe e a Listra.
Havia ali um discípulo chamado Timóteo, filho de uma judia crente, mas de pai
grego; dele davam bom testemunho os irmãos em Listra e Icônio. Quis Paulo que
ele fosse em sua companhia e, por isso, circuncidou-o por causa dos judeus
daqueles lugares; pois todos sabiam que seu pai era grego.
Atos 19:22
Tendo enviado à Macedônia dois
daqueles que lhe ministravam, Timóteo e Erasto, permaneceu algum tempo na Ásia.
1 Coríntios 4:17
Por esta causa, vos mandei Timóteo,
que é meu filho amado e fiel no Senhor, o qual vos lembrará os meus caminhos em
Cristo Jesus, como, por toda parte, ensino em cada igreja.
1 Tessalonicenses 3:1
Pelo que, não podendo suportar
mais o cuidado por vós, pareceu-nos bem ficar sozinhos em Atenas;
Desta maneira, o princípio divino de ser chamado, preparado e
enviado se manteve firme e verdadeiro através de toda a história do Novo
Testamento.
Plantando sementes frescas
Temos visto o princípio divino de como Deus ganha obreiros. Coloquemos
nossa atenção agora a cerca de como estes trabalhadores plantam ekklesias. A
forma principal na qual a ekklesia local era fundada no primeiro século, era
pelo meio do qual eu chamo de “plantando a semente fresca”. Acontecia desta
maneira: um trabalhador era enviado por Deus (com o apoio da ekklesia onde
havia crescido) a uma cidade, pra pregar a Jesus Cristo. Não pregava as quatro
leis espirituais, o plano de salvação ou a teologia cristã. Pregava a Jesus
Cristo e o pleno significado de sua cruz (leiam Atos 2:22-36; 8:5,12,35;
9:17-20; 10:38-43; 11:19-20;17:2-3; Gálatas. 3:1; 1 Coríntios 2:2; 2 Coríntios
4:5).
Os novos convertidos surgiriam da mensagem de Cristo. O
trabalhados ensinaria aos jovens santos como viver a profunda existência do
recém encontrado Senhor. Ele lhes mostraria como conhecer a Cristo. Lhes daria
mensagens sobre o propósito eterno de Deus. O trabalhador transferia aos seus
espíritos a mesma “visão celestial” que ele em pessoa recebeu. De igual maneira
lhes transmitia as tradições apostólicas originadas com Cristo. Por meio da
palavra, o trabalhador revelava ao coração dos santos a grandeza e total
exclusividade de seu Senhor. A conseqüência deste ministério era que eram arrasados
pelas glórias de Jesus Cristo. (considerando o trabalhador moderno, este tem
que possuir tão gloriosa e assombrosa revelação de Cristo derramando-a de seu
próprio espírito, se é que deseja transferi-la aos demais).
O trabalhador então ensinaria aos crentes como viver com
Cristo habitando dentro deles. Lhes ensinaria como funcionar corporativamente
debaixo de Seu mandato direto sem nenhuma influência humana. O trabalhador
também prepararia aos santos para as provas que se encontravam diante deles. O
fruto imediato e duradouro deste treinamento celestial era este: os santos
ficavam apaixonados pelo Senhor e uns com os outros.
Depois de submergir aos santos em uma revelação celestial do
eterno propósito de Deus em Cristo, o trabalhador faria o impensável. Ele
abandonaria a ekklesia, deixando-a nas mãos do Senhor. Isto é, gentilmente
empurraria aos santos para longe de seu ninho e os deixaria por si só. Faria
isso sem contratar pastor, nem clérigo algum, nem tampouco nomeando anciãos
para vigiá-los! E o que é mais, ele deixaria a ekklesia sozinha em sua infância
e enfrentando a uma eminente perseguição!
No formato do Novo Testamento, o obreiro estará de quatro a
dezoito meses lançando os alicerces da ekklesia antes de abandoná-la. (Isto
significa que Paulo e seus colaboradores abandonavam a ekklesia justamente
quando começava a engatinhar. Os anciãos que progressivamente se desenvolviam
dentro da assembléia, eram estabelecidos mais tarde, mas nunca foi o propósito
destes governar sobre os santos). Considerando isto, uma vez que se afastavam,
os obreiros abandonariam a ekklesia por um período longo de tempo, e até por
anos, em alguns casos. Paulo teve que conduzir aos novos convertidos com um
magnífico evangelho à prova de fogo. Que confiança no Cristo ressuscitado
deveriam ter para tomar a estranha atitude de deixar só a recém nascida
ekklesia por um tempo longo!
O claro efeito de tão alarmante decisão era que, desta
maneira, o evangelho do obreiro era provado em sua totalidade. Se o evangelho
pregado era Cristo em verdade ou, como Paulo dizia, composto de ouro, prata e
pedras preciosas, a ekklesia se manteria sobre a crise que enfrentaria.
1 Coríntios 3:6-15
Eu plantei, Apolo regou; mas o
crescimento veio de Deus. De modo que nem o que planta é alguma coisa, nem o
que rega, mas Deus, que dá o crescimento. Ora, o que planta e o que rega são
um; e cada um receberá o seu galardão, segundo o seu próprio trabalho. Porque
de Deus somos cooperadores; lavoura de Deus, edifício de Deus sois vós. Segundo
a graça de Deus que me foi dada, lancei o fundamento como prudente construtor;
e outro edifica sobre ele. Porém cada um veja como edifica. Porque ninguém pode
lançar outro fundamento, além do que foi posto, o qual é Jesus Cristo. Contudo,
se o que alguém edifica sobre o fundamento é ouro, prata, pedras preciosas,
madeira, feno, palha, manifesta se tornará a obra de cada um; pois o Dia a
demonstrará, porque está sendo revelada pelo fogo; e qual seja a obra de cada
um o próprio fogo o provará. Se permanecer a obra de alguém que sobre o
fundamento edificou, esse receberá galardão; se a obra de alguém se queimar,
sofrerá ele dano; mas esse mesmo será salvo, todavia, como que através do fogo.
Isto é, os irmãos e irmãs continuariam seguindo unidos ao
Senhor quando o fogo caísse sobre eles. (A ekklesia sempre enfrentaria crises
para provar seus alicerces. Eu vi isto acontecer em inúmeras ocasiões nos
últimos dez anos). Por outro lado, se o evangelho trazido pelo obreiro era de
madeira, feno ou palha, queimaria até o final, quando o fogo caísse sobre ele.
De fato, se um obreiro planta a ekklesia devidamente,
espontaneamente nascerá em todos a necessidade de sobreviver. Ao seu devido
tempo emergirão de seu seio, profetas, pastores, evangelistas, supervisores,
etc, de uma maneira natural. Este desenvolvimento é básico em todas as formas
de vida existentes. Na semente de uma rosa, se encontra o talo, as folhas e
a flor. Se a semente é plantada e devidamente alimentada, todas essas coisas se
manifestarão por si só, ao seu devido tempo. Da mesma maneira, os dons e
ministérios necessários da ekklesia se desenvolverão naturalmente e se
manifestarão por si só, ao seu devido tempo – já que todos eles se
encontram dentro da natureza dela mesma.
Posto que a ekklesia é um organismo e não uma organização,
ela se desenvolve naturalmente quando o agente que a plantou a abandona e a
deixa por si só. Este ponto de vista do desenvolvimento da igreja se encontra
em franca oposição ao método prevalecente de tratar em designar diferentes
ministérios e dons baseados em uma pró-forma aderente ao “estilo da igreja do
Novo Testamento”. Este último é um método mecânico que somente produzirá uma
ekklesia patética e substancialmente fraca. Esta forma é semelhante a criar uma
rosa unindo as folhas ao talo, as pétalas para formar a flor, pois, sem a menor
dúvida, terá que mantê-los unidos por meio de um fio de nylon.
Transplante
O princípio de “plantar a semente fresca” é a clássica
maneira utilizada pela ekklesia do Novo Testamento para nascer e crescer.
Alguns o tem chamado de “o estilo de Antioquia” ou “o princípio de
Antioquia”. Isto se deve a que este método pode se claramente
observado no livro de Atos, a partir do capítulo 13, quando Paulo e seus
ajudantes forma enviados desde Antioquia da Síria para estabelecer ekklesias na
Galácia do Sul, Grécia e Ásia Menor. O método de Paulo era pregar o mistério de
Jesus Cristo a partir do qual nascia a ekklesia. Depois disso, ele a
alimentaria e capacitaria para seu funcionamento com vistas e deixá-la por si
só (At 13 – 20). Apesar de que este tipo de trabalho é muito pouco conhecido hoje
em dia, Deus o está recuperando em pequena escala.
Outra maneira pela qual a ekklesia do Novo Testamento era
plantada, era por “transplante”. Alguns se referem a este método como “o estilo
Jerusalém”, “o princípio de Jerusalém” ou simplesmente “migração”. De
acordo com a narrativa do Novo Testamento, depois de um período de
aproximadamente três anos, as sementes da assembléia em Jerusalém foram
espalhadas e transplantadas a várias regiões da Palestina. Devido à
perseguição, os crentes de Jerusalém marcharam para outros lugares e começaram
a reunir-se entre eles.
Atos 8:1-8
E Saulo consentia na sua morte.
Naquele dia, levantou-se grande perseguição contra a igreja em Jerusalém; e
todos, exceto os apóstolos, foram dispersos pelas regiões da Judéia e Samaria. Alguns
homens piedosos sepultaram Estevão e fizeram grande pranto sobre ele. Saulo,
porém, assolava a igreja, entrando pelas casas; e, arrastando homens e
mulheres, encerrava-os no cárcere. Entrementes, os que foram dispersos iam por
toda parte pregando a palavra. Filipe, descendo à cidade de Samaria,
anunciava-lhes a Cristo. As multidões atendiam, unânimes, às coisas que Filipe
dizia, ouvindo-as e vendo os sinais que ele operava. Pois os espíritos imundos
de muitos possessos saíam gritando em alta voz; e muitos paralíticos e coxos
foram curados. E houve grande alegria naquela cidade.
Atos 11:19-21
Então, os que foram dispersos por
causa da tribulação que sobreveio a Estevão se espalharam até à Fenícia, Chipre
e Antioquia, não anunciando a ninguém a palavra, senão somente aos judeus. Alguns
deles, porém, que eram de Chipre e de Cirene e que foram até Antioquia, falavam
também aos gregos, anunciando-lhes o evangelho do Senhor Jesus. A mão do Senhor
estava com eles, e muitos, crendo, se converteram ao Senhor.
(Notemos que os doze apóstolos ficaram em Jerusalém por pelo
menos três anos depois de nascer a ekklesia. No caso de Jerusalém, a igreja
foi quem deixou o trabalhador, em vez de ser o trabalhador quem deixou a
igreja. Consequentemente, o resultado foi o mesmo: uma vez lançados os
alicerces, os santos se encontraram sozinhos, sem a ajuda de nenhum obreiro.
Depois desse tempo, os doze começaram a fazer visitas para dar força aos brotos
frescos das igrejas na Judéia, Galiléia e Samaria. Tenhamos em mente que
durante o tempo que os doze apóstolos no abandonaram a cidade de Jerusalém,
nesses três anos, a igreja cresceu extraordinariamente. Eram milhares. Como conseqüência,
a nova situação que se apresentava, fez com que alguns fossem enviados a
preparar o terreno daquela igreja. Todos esses fatores fizeram com que a
ekklesia de Jerusalém fosse única.
Uma das características mais notáveis da dispersão de
Jerusalém é que todos os santos haviam experimentado a vida da ekklesia antes
de serem comissionados para formar as novas igrejas. Desta maneira, eles
levaram sua experiência da ekklesia a estas regiões e pregaram o evangelho
nelas para fazer nascer frescas comunidades. Significativamente, em todos esses
casos, essas novas ekklesias transplantadas recebiam a ajuda de trabalhadores
de fora da comunidade – apesar de que elas não forma diretamente plantadas por
um apóstolo.
Atos 11:22
A notícia a respeito deles chegou
aos ouvidos da igreja que estava em Jerusalém; e enviaram Barnabé até
Antioquia.
(Notemos que as imagens de plantar e transplantar pertencem ao
linguajar utilizado em cultivos orgânicos. Isto é porque a ekklesia é um
organismo, tem vida e, portanto, não pode ser começada, mas nascida).
1 Coríntios 3:6-8
Eu plantei, Apolo regou; mas o
crescimento veio de Deus. De modo que nem o que planta é alguma coisa, nem o
que rega, mas Deus, que dá o crescimento. Ora, o que planta e o que rega são
um; e cada um receberá o seu galardão, segundo o seu próprio trabalho.
1 Coríntios 9:1-7
Não sou eu, porventura, livre?
Não sou apóstolo? Não vi Jesus, nosso Senhor? Acaso, não sois fruto do meu
trabalho no Senhor? Se não sou apóstolo para outrem, certamente, o sou para vós
outros; porque vós sois o selo do meu apostolado no Senhor. A minha defesa
perante os que me interpelam é esta: não temos nós o direito de comer e beber? E
também o de fazer-nos acompanhar de uma mulher irmã, como fazem os demais
apóstolos, e os irmãos do Senhor, e Cefas? Ou somente eu e Barnabé não temos
direito de deixar de trabalhar? Quem jamais vai à guerra à sua própria custa?
Quem planta a vinha e não come do seu fruto? Ou quem apascenta um rebanho e não
se alimenta do leite do rebanho?
A situação moderna
Ambos, “plantar a semente fresca” e “transplante” são pouco
conhecidos no dia de hoje. Na igreja institucional moderna, esses métodos não
são contemplados. Em uma típica igreja institucional, o denominado pastor é o
que planta a chamada “igreja” (na realidade seu programa, organização humana).
O pastor é o “diretor executivo” da igreja, dirige todos os seus assuntos e
conduz todo o seu ministério. O horripilante resultado: a liderança de Cristo é
suplantada pelos afazeres humanos, a vida do Corpo é relegada a segundo plano e
os crentes nunca experimentam o significado das palavras de Paulo.
Efésios 4:16
de quem todo o corpo, bem
ajustado e consolidado pelo auxílio de toda junta, segundo a justa cooperação
de cada parte, efetua o seu próprio aumento para a edificação de si mesmo em
amor.
Mesmo que a maior parte dos pastores modernos trazem, em tom
um tanto elevado, o lema de equipar aos santos para o trabalho do ministério,
há pouco ou nada refrescante deste princípio em seus ministérios. Quase todos
os pastores se sentiriam aterrorizados ao mero pensamento de por à prova o seu
trabalho e seu evangelho. Basta somente que qualquer um deles abandone a sua
congregação por si só durante seis meses sem nenhum tipo de liderança humana e
ele verá, e poderá, em verdade, apreciar o fruto acumulativo de seus sermões
semanais de domingo pela manhã. (Não queremos entrar na discussão de como vai
reagir quando perceber que seu salário começa a diminuir).
Esta simples história nos revela o seguinte:
O ministro apresentou a Cristo de forma tão revolucionária
que ensinou a congregação viver por meio de Sua vida neles?
Os santos estão capacitados para que possam funcionar como um
ser vivo, que respira e se move de forma coordenada e sincronizada, sem a
presença do facilitador ou mediador humano?
Sabem como ministrar Jesus Cristo uns aos outros sem um ser
humano dizendo o que cada um tem que dizer?
A congregação está tão apaixonada por Deus e os irmãos uns
com os outros, a ponte de recusar a se dividir, enfrentando às provas mais
terríveis?
A resposta é óbvia!
Se cada pastor fizesse hoje o que Paulo fez, e deixasse suas congregações
incondicional, funcional e praticamente sob a liderança de Jesus Cristo, sem
levantar uma hierarquia humana sobre eles, me atrevo a dizer que todos eles se
desintegrariam imediatamente. Por meio desta prova de desafio angustiante
(abandonar a igreja e deixá-la plenamente nas mãos do Senhor Ressuscitado),
todo o ministério do pastor moderno seria desnudado. Esta prova rapidamente
revelaria se seu ministério estava feito com materiais não perecíveis ou com
algo inferior.
Interessantemente, a mesma análise pode ser aplicada aqueles
homens e mulheres que começaram igrejas nas casas. O que aconteceria se a
pessoa que fundou a igreja na casa, a deixasse por seis meses ou um ano sem
instalar um dirigente humano sobre ela? Creio que o resultado seria bastante
revelador. O fato é que quando uma pessoa começa uma igreja na casa e continua
nela, os santos naturalmente dependem desta pessoa. E não importa quão alto
esta pessoa grite que não é o “pastor”, a chocante realidade é que todos os
santos naturalmente o ilharão como guia e direção. Como resultado, sua mera
presença impede a vida do Corpo e obstrui a liderança corporativa, sem
considerar suas boas intenções.
Uma olhada através da história
Hoje em dia, o denominado “movimento de igrejas nas casas”
está sofrendo severamente pela falha colossal de não haver regressado aos
princípios primários. Deus tem sua própria forma particular de fazer crescer
uma Noiva Gloriosa para seu próprio Filho. É um procedimento antigo que surgiu
em Antioquia, Jerusalém, Galiléia, Nazaré e até em Belém. É um método que chega
alcançar a eternidade passada e está enraizado na mesma e própria natureza de
Deus.
Tragicamente, muitos dos assistentes das “igrejas nas casas”
desprezaram o ministério do obreiro itinerante. A razão para isso é
principalmente histórica. Durante os anos 60 e 70, nos Estados Unidos, foi
vista a necessidade de começar o primeiro movimento em direção a Deus
fora do sistema religioso. Uma grande quantidade de novas conversões foi feita
durante este tempo. Muitos destes começaram a reunir-se na primitiva
simplicidade das casas sem a ajuda de um clérigo. Pelo fato de a maior parte
destas nascentes “igrejas nas casas” ter sido povoada com gente jovem, muitos
dos dirigentes clericais se sentiram obrigados a trazer estabilidade ao
crescente movimento. Por esta razão, muitos desses homens abandonaram suas
posições clericais no domingo e se converteram em líderes do movimento na
segunda-feira.
Em pouco tempo, esses homens introduziram a estes simples
grupos uma forma de discipulado que eventualmente acabou sufocando e eliminando
toda aparência de vida entre eles. Mesmo que suas intenções fossem nobres,
fizeram um indescritível dano ao genuíno mover de Deus. Os jovens convertidos,
que em algum momento conheceram a liderança não humana, começaram a caminhar
para as denominações internacionais. A razão principal foi que nenhum destes
líderes tinha conhecimento algum da forma como Deus prepara e faz surgir os
obreiros. Nunca haviam vivido, nem um só dia, a vida da ekklesia como não
líderes.
Durante os anos 80 e começo dos 90, os Estados Unidos
presenciaram um segundo movimento fora da igreja organizada. Foi quando
apareceu a frase “o movimento das igrejas nas casas”. Ao contrário do primeiro
movimento, a maior parte das pessoas deste segundo movimento não era jovem, mas
adultos de meia idade. E poucos deles eram novos convertidos. A maior parte
eram cristãos que não estavam satisfeitos com a igreja institucional. Assim
pois, deixaram seus sagrados edifícios e seus pastores e começaram a reunir-se
nas casas.
Como reação às falhas do primeiro movimento, as pessoas da
segunda onda de igrejas nas casas, olhavam de forma suspeitosa a qualquer forma
itinerante de plantar igrejas. O movimento foi tomado por um espírito de
absoluta igualdade de classes que afastava qualquer tipo de ajuda exterior. A
forma comum de pensar era mais ou menos essa: “não temos necessidades de
semeadores de igrejas”. Somos todos iguais em Cristo. “Não temos necessidade de
nenhum tipo de ministério itinerante”. Tristemente, esta forma de pensar
permanece hoje em dia. Apesar de tudo, aqueles que abraçaram esta idéia estão
ignorantes de seu começo.
Assim pois, o perigo do primeiro “movimento da igreja nas
casas” é que o povo de Deus não havia exercitado discernimento em das as boas
vindas aos ministros itinerantes. Eles abraçaram a um grupo de homens que não
eram chamados, não eram preparados e nem sequer eram enviados. Ironicamente, a
segunda epístola de João fale deste mesmo problema. Nela encontramos que João previne
à assembléia local de não receber trabalhadores itinerantes sem antes havê-los
provado. Ao mesmo tempo, o segundo “movimento da igreja nas casas” está
infestado do problema contrário. Não quiseram receber àqueles que Deus enviou
genuinamente. É interessante notar que a mensagem da terceira epístola de João
toca precisamente neste tema. João menciona a Diótrefes, o qual não queria
receber aos obreiros viajantes que João havia enviado a ministrar nas igrejas.
O capítulo esquecido
O princípio de Deus do obreiro itinerante forasteiro é o
capítulo esquecido da história do Novo Testamento. Ninguém está prestando
atenção para a planta da igreja do Novo Testamento. É o ministério do Corpo de
Cristo que todo o mundo deixa de lado. E, apesar de tudo, existem mais
informações bíblicas sobre este projeto do que há sobre reuniões nas casas,
múltiplos anciãos, reuniões de participações abertas e qualquer outro tipo de
práticas utilizadas por todos aqueles que se encontram fora da igreja
organizada e que arduamente defendem com capítulo e versículo.
Se nós vemos uma expressão mais rica do Corpo de Cristo,
temos a obrigação de regressar a estes primeiros princípios da obra de Deus. Se
não o fizermos, o propósito eterno de Deus sofrerá uma grande perda. Acredito
que, sem nenhuma dúvida, continuaremos vivendo pequenos grupos de cristãos
abandonando a igreja institucionalizada, reunindo-se nas casas, sentando em
cômodos assentos, e conversando alegremente em torno de um café com bolachas.
Mas isto está infinitamente longe deste majestoso, profundo e eterno propósito
no qual Deus chamou ao Seu povo a trabalhar. Isto é, que façam de Jesus Cristo,
em toda Sua plenitude, visível neste planeta.
À vista da inacreditável natureza da intenção divina, o que é
necessário hoje em dia são homens que sejam chamados por Deus para erguer a
casa do Senhor – homens submissos, humildes e provados, que tenham vivido a
vida de ekklesia, que tenham um profundo e vivo conhecimento de Cristo e do
mistério de Deus. O que precisamos é de homens que possam transmitir esta
revelação aos outros com uma visão penetrante e um poder de permanência.
A necessidade da hora é por tais homens que esperam em Deus
até que eles sejam preparados e enviados. E uma vez enviados, plantem a
ekklesia da mesma maneira feita pelos trabalhadores do primeiro século –
capacitando-a e entregando-a ao Espírito Santo! Da mesma maneira, é necessário
que o Corpo de Cristo reconheça a necessidade de tais homens. Que a maior parte
dos cristãos modernos, que estão abandonado o cristianismo institucional,
possam ver a necessidade do trabalhador itinerante e parem de ignorar
desinteressadamente a mordomia dada por Deus.
1 Coríntios 12:18-21,28
Mas Deus dispôs os membros,
colocando cada um deles no corpo, como lhe aprouve. Se todos, porém, fossem um
só membro, onde estaria o corpo? O certo é que há muitos membros, mas um só
corpo. Não podem os olhos dizer à mão: Não precisamos de ti; nem ainda a
cabeça, aos pés: Não preciso de vós.
A uns estabeleceu Deus na igreja,
primeiramente, apóstolos; em segundo lugar, profetas; em terceiro lugar,
mestres; depois, operadores de milagres; depois, dons de curar, socorros,
governos, variedades de línguas.
Efésios 4:7-16
e a graça foi concedida a cada um
de nós segundo a proporção do dom de Cristo. Por isso, diz: Quando ele subiu às
alturas, levou cativo o cativeiro e concedeu dons aos homens. Ora, que quer
dizer subiu, senão que também havia descido às regiões inferiores da terra? Aquele
que desceu é também o mesmo que subiu acima de todos os céus, para encher todas
as coisas. E ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas,
outros para evangelistas e outros para pastores e mestres, com vistas ao
aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço, para a edificação
do corpo de Cristo, Até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno
conhecimento do Filho de Deus, à perfeita varonilidade, à medida da estatura da
plenitude de Cristo, para que não mais sejamos como meninos, agitados de um
lado para outro e levados ao redor por todo vento de doutrina, pela artimanha
dos homens, pela astúcia com que induzem ao erro. Mas, seguindo a verdade em
amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo, de quem todo o corpo,
bem ajustado e consolidado pelo auxílio de toda junta, segundo a justa
cooperação de cada parte, efetua o seu próprio aumento para a edificação de si
mesmo em amor.
Hoje é um dia de restauração e de retomar os valores
primitivos. Mas também é um dia de reparação e correção. E não é uma tarefa
pequena reparar o testemunho corporativo do povo de Deus. Mesmo que não exista
escassez de cristãos nos dias de hoje, existe uma grande ausência da forma do
testemunho corporativo. E este é o maior desejo de Deus – assegurar-se de um
grupo de pessoas em cada lugar, que em bases firmes, estejam constituídos e
juntos edificados para que possam formar uma visível, localizável e geográfica
expressão corporativa de Seu Filho.
Colossenses 2:2
para que o coração deles seja
confortado e vinculado juntamente em amor, e eles tenham toda a riqueza da
forte convicção do entendimento, para compreenderem plenamente o mistério de
Deus, Cristo,
Colossenses 2:19
e não retendo a cabeça, da qual
todo o corpo, suprido e bem vinculado por suas juntas e ligamentos, cresce o
crescimento que procede de Deus.
Efésios 2:21-22
no qual todo o edifício, bem
ajustado, cresce para santuário dedicado ao Senhor, no qual também vós
juntamente estais sendo edificados para habitação de Deus no Espírito.
Efésios 4:16
de quem todo o corpo, bem
ajustado e consolidado pelo auxílio de toda junta, segundo a justa cooperação
de cada parte, efetua o seu próprio aumento para a edificação de si mesmo em
amor.
1 Pedro 2:5
também vós mesmos, como pedras
que vivem, sois edificados casa espiritual para serdes sacerdócio santo, a fim
de oferecerdes sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por intermédio de
Jesus Cristo.
Os cristãos que abandonaram a igreja institucional, não
importa por quanto tempo tenham sido salvos, terão um tempo muito difícil de
estar na comunidade, cara a cara, com outros cristãos, sem ter uma cabeça
humana que os dirija (as razões para isso são muito numerosas). Desta maneira,
um obreiro que conhece a soberania de Cristo, que experimentou a genuína vida
da ekklesia, com todas suas aflições e glórias, e quem foi prostrado pela Cruz,
é um recurso indispensável para ajudar a outros crentes a descobrir como
reunir-se diretamente sob a superioridade e direção de Jesus Cristo.
Quero terminar com uma exortação. Se nós nos mantivermos
firmes ao projeto do Novo Testamento na forma em que cada igreja deve
reunir-se, como podemos rejeitar o projeto do Novo Testamento a cerca da
maneira de nascer de cada igreja? Se nos encontramos obrigados a abraçar os
princípios do Novo Testamento em assuntos da organização na igreja, não estamos
da mesma forma obrigados a adotar os princípios do Novo Testamento acerca de
plantar igrejas?
Talvez se enfrentarmos com sinceridade a estas perguntas,
começaremos a ver os resultados do Novo Testamento. E nos encontraremos mais
seguros para desbravar este caminho.
Que o Senhor restabeleça Sua casa e retome Seu eterno
propósito!
Frank A. Viola
8 de setembro de 2000
Título original: So You Want to Start a House Church?
Título espanhol: Asi pues, quieres comenzar una iglesia en la casa?"
Tradução do espanhol: Ezequiel Netto
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