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REBELIÃO à Luz do Novo Testamento

“para a edificação do corpo de Cristo”.
Segerimos fortemente a leitura prévia da postagem Aprendendo a Interpretar as Escrituras

Muito se tem falado a respeito da postura de irmãos "rebeldes", que incitam e promovem a rebelião e causam divisão na igreja, Muitas meias-verdades tem sido ditas e muito terrorismo tem sido aplicado no meio cristão institucionalizado quando a hegemonia da cúpula do poder do grupo é ameaçada. O sistema religioso não poupa em colocar em movimento sua poderosa máquina ideológica para persuadir, alienar e seduzir o rebanho, mantendo-o submisso às suas vontades. A distorção, evitação e ocultação das verdades bíblicas são práticas comuns. Todavia, a Palavra, no entanto, não pode ser ocultada. O Espírito sempre encontra meios de trazer a luz as palavras da verdade para libertação daqueles que querem ser APROVADOS POR DEUS.
É praticamente impossível continuar apático diante dos acontecimentos após a  leitura deste rico texto.

A rebelião de Miriã e Coré á Luz do Novo Testamento
Creio que já podemos começar a compartilhar sobre o tema proposto para este texto: “Rebelião à luz do Novo Testamento”. Quero deixar claro que não intento discorrer sobre esse tema extensivamente, mas apenas tentar explicar brevemente dois textos da Escritura que são bastante utilizados quando o assunto é rebelião. O primeiro está no livro de Números capítulo doze, e, o segundo está no capítulo dezesseis. Um fala da rebelião de Miriã e Arão (Nm 12), e, o outro, fala da rebelião de Coré e seu grupo (Nm 16). Comecemos com o caso de Miriã e Arão e vejamos onde reside o problema deste episódio. O registro do livro de Números nos diz: “Falaram Miriã e Arão contra Moisés, por causa da mulher etíope, que tomara; pois tinha tomado a mulher cusita. E disseram: Porventura tem falado o Senhor somente por Moisés? Não tem falado também por nós? O SENHOR o ouviu” (12:1-2). Podemos perceber claramente que a insatisfação de Miriã não estava no caso da mulher cusita, e, sim, no fato de Moisés ser o único porta-voz de Deus. “Porventura tem falado o Senhor somente por Moisés?” disse Miriã. No entanto, o Senhor explicou a Miriã e a Arão que Moisés era diferente dos demais profetas, pois o Senhor falava com ele boca a boca, claramente, e não por enigmas (vs. 6-8). Como eles não temeram em falar contra Moisés? Miriã foi disciplinada porque quis se igualar ao oráculo de Deus (v. 10). Esse desejo provém de um coração que intentar elevar-se em relação aos demais. No entanto, vejamos agora esse episódio à luz do Novo Testamento.
Primeiramente, temos de saber: Quem é Moisés, o oráculo de Deus, na era do Novo Testamento? Leiamos dois versículos no livro de Atos: “Foi Moisés quem disse aos filhos de Israel: Deus vos suscitará dentre vossos irmãos um profeta semelhante a mim”. “Qual dos profetas vossos pais não perseguiram? Eles mataram os que anteriormente anunciavam a vinda do justo, do qual vós agora vos tornastes traidores e assassinos” (7:37, 52). Em seu discurso Estevão explicou que o profeta semelhante a Moisés, predito por este, é o justo, o Senhor Jesus. O Senhor Jesus foi constituído, assim como Moisés, sobre toda a casa de Deus (Hb 3:1-6). Ele é o nosso libertador (Hb 2:14-18).
Notemos ainda o que o apóstolo Paulo nos diz a esse respeito: “E, do modo por que Janes e Jambres resistiram a Moisés, também estes resistem à verdade” (2Tm 3:8). A verdade no contexto desse capítulo da segunda epístola a Timóteo se refere à palavra de Deus (v. 16). O Senhor Jesus é o verbo de Deus que se fez carne (Jo 1:1, 14). Ele é a verdade e a vida (14:6). Resistir a Moisés hoje em dia é resistir à verdade, ao Senhor Jesus. Creio que não é preciso mais explicações e que não há dúvidas que Moisés no Novo Testamento é o Senhor Jesus.
O Filho é o oráculo de Deus. O escritor da epístola aos hebreus nos diz: “Havendo Deus, outrora, falado muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, nestes últimos dias nos falou pelo Filho” (1:1-2). Se algum crente neotestamentário deseja se colocar como “o porta-voz” de Deus nessa geração estará cometendo grande pecado e estará em rebelião contra Deus, o qual fez do Filho, o Senhor Jesus, Seu único porta-voz na era do Novo Testamento. Nesta era não é uma questão de eu ou você falar por Deus, mas é o Filho e Deus quem fala em mim e em você.

A rebelião de Coré
Examinemos agora rapidamente o caso da rebelião de Coré e vejamos a raiz dessa sedição. Leiamos então: “Acaso é para vós outros coisa de somenos que o Deus de Israel vos separou da congregação de Israel, para vos fazer chegar a si, a fim de cumprirdes o serviço do tabernáculo do SENHOR e estar perante a congregação para ministrar-lhe; e te fez chegar, Coré, e todos os teus irmãos, os filhos de Levi contigo? Ainda também procurais o sacerdócio? Pelo que tu e todo o teu grupo juntos estais contra o SENHOR; e Arão, que é ele, para que murmureis contra ele?” (16:9-10). Está evidente nesta porção da Palavra que o problema foi que Coré ambicionou o sacerdócio, o qual havia sido dado por Deus exclusivamente a casa de Arão (Lv 8). Coré e seu grupo se levantaram contra o Senhor por causa da ambição deles. Inicialmente o desejo de Deus era que todo o povo fosse sacerdote (Ex 19:6). Mas por causa do episódio do bezerro de ouro a tribo de Levi foi separada para o serviço a Deus (Ex 32). Core e seu grupo deveriam ter se submetido à determinação de Deus quanto ao sacerdócio. Essa foi a raiz do problema dessa rebelião que foi duramente julgada por Deus (Nm 16:31-33). Vamos agora ao Novo Testamento e vejamos o que ele nos diz a esse respeito: “também vós mesmos, como pedras que vivem, sois edificados casa espiritual para serdes sacerdócio santo, a fim de oferecerdes sacrifícios espirituais, agradáveis a Deus por meio de Jesus Cristo” (1Pe 2:5). Com a vinda de Jesus Cristo, o cordeiro de Deus, o Senhor fez de todo o povo da Nova Aliança um “reino de sacerdotes”. Deus determinou o sacerdócio a todos os crentes neotestamentários, ou seja, todos nós temos o sacerdócio em Jesus Cristo. No entanto, quando um irmão quer exercer o sacerdócio em lugar dos outros, faz algo, que Deus odeia (Ap 2:6). O apóstolo João em sua terceira epístola repreendeu fortemente a conduta de Diótrefes que gostava de exercer a primazia entre os irmãos (vs. 9-11). Desejar exercer o sacerdócio em detrimento dos demais é opor-se a determinação de Deus no Novo Testamento. Lembremos que um só é o nosso mestre e todos nós somos irmãos (Mt 23:8). Entre nós o maior é o menor e o que governa é o que serve (Lc 22:26). Graças a Deus, pois, todos os Seus filhos são sacerdotes e reis em Jesus Cristo.

A incredulidade e a rebelião
Espero que os santos tenham sido esclarecidos na maneira de como lermos e interpretarmos as Escrituras. Ademais creio que os irmãos estão um pouco mais claros sobre o que é rebelião à luz do Novo Testamento. Ninguém pode se colocar como o único oráculo de Deus ou como o sumo-sacerdote em detrimento dos demais. Tais práticas estão em oposição a determinação de Deus na do Novo Testamento. Há ainda mais um item a respeito da rebelião que gostaria de tratar. Sinto que neste caso todos nós de uma forma ou de outra temos sido rebeldes por muitos anos. Leiamos mais dois versículos do livro de Números: “Mas o SENHOR disse a Moisés e a Arão: Visto que não crestes em mim, para me santificardes diante dos filhos de Israel, por isso não fareis entrar este povo na terra que lhe dei” (20:12). “Arão será recolhido a seu povo, porque não entrará na terra que dei aos filhos de Israel, pois fostes rebeldes à minha palavra, nas águas de Meribá” (v. 24). Ao confrontarmos esses dois versículos perceberemos que a expressão “não crestes” do verso 12 está ligada a expressão “fostes rebeldes” do verso 24. Não crer na palavra de Deus é um ato de rebelião aos Seus olhos. Mais uma vez vamos até o Novo Testamento. A epístola aos hebreus declara: “Tende cuidado, irmãos, jamais aconteça haver em qualquer um de vós perverso coração de incredulidade que vos afaste do Deus vivo”. “Enquanto se diz: Hoje, se ouvirdes a sua voz, não endureçais os vossos corações como foi na provocação. Ora, quais os que, tendo ouvido, se rebelaram? Não foram, de fato, todos os que saíram do Egito por intermédio de Moisés?” (3:12, 15-16). “Temamos, portanto, que, sendo-nos deixada a promessa de entrar no descanso de Deus, suceda parecer que alguns de vós tenha falhado. Porque também a nós foram anunciadas as boas-novas, como se deu com eles; mas a palavra que ouviram não lhes aproveitou, visto não ter sido acompanhada pela fé, naqueles que a ouviram. Nós, porém, que cremos, entramos no descanso” (4:1-3a). Espero que essa passagem nos toque profundamente e sejamos iluminados para ver o quanto nós nos rebelamos contra Deus. Não crendo em Sua palavra, não confiando em Seu cuidado amoroso. Oh! Que o Senhor nos conceda a graça para afastarmos de nós o perverso coração de incredulidade. Não crer deixa o nosso coração perturbado (Jo 14:1). A fé produz paciência a qual é necessária durante as tribulações pelas quais passamos (Tg 1:3; Rm 12:12). Um coração crente gerará em nós uma vida de paz interior.

Uma breve admoestação
Não devemos pensar que aqueles que não seguem conosco ou que por algum motivo não concordam com nossas práticas sejam rebeldes. O apóstolo João pensou assim ao ver aquele homem expulsando demônios em nome de Jesus, mas que o mesmo não seguia com eles. Qual foi então a resposta do Senhor? “quem não é contra vós outros é por vós” (Lc 9:49-50). Mesmo que alguém não siga conosco, mas siga ao Senhor, essa tal pessoa, como disse Jesus, de alguma forma é por nós. O foco não está em nós ou no nosso grupo, mas no Senhor. Quando os crentes coríntios estavam confusos e havia partidos entre eles, qual foi a instrução do apóstolo Paulo? Ele falou do fundamento que é Cristo (1Co 3:3-11). Ele não disse que a igreja estava no limite da localidade, mas ressaltou o que é fundamental, Cristo! Quantos irmãos são acusados de rebeldes injustamente! A nossa ignorância das Escrituras pode produzir imensas feridas nos corações dos nossos irmãos. Que o Espírito Santo possa abrir os nossos olhos espirituais para vermos quão grave é alguém se colocar no lugar do oráculo de Deus, e, de exercer um sacerdócio superior ao serviço dos demais. E, principalmente, o quanto ofende a Deus quando o nosso coração não crer em Sua palavra. Um coração desesperado, ou, extremamente angustiado é um coração incrédulo e isso é considerado rebeldia aos olhos de Deus. Que o Senhor nos guarde e nos leve a ser, ainda que de pequena fé, crentes em Sua palavra.
“Amai-vos uns aos outros”.

AUTOR: Um irmão em Cristo
É permitida a impressão e utilização deste material desde que seja mantido seu conteúdo original.
Todas as citações bíblicas são da Versão Revista e Atualizada de João Ferreira de Almeida salvo quando indicado.

Comentários

  1. Dizer o que mais? Só não vê quem está cegado ou é dependente do sistema religioso (iav) para alguma coisa.

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