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Se eu for fiel ao meu líder espiritual estarei coberto no dia do tribunal de Cristo?

"Deixai-os; são guias cegos; ora, se um cego guiar outro cego, ambos cairão no barranco." (Mt 15:14)



Atualmente muito se tem pregado e exigido a respeito da nossa obediência e fidelidade às autoridades  e  lideres espirituais. Isso tem angustiado a muitos santos que desejam ser APROVADOS POR DEUS. Apesar de perceberem os desvios de sua liderança, ficam paralisados diante a doutrina do medo de se opor a uma autoridade espiritual [SAIBA MAIS].
Os argumentos mais utilizados neste ensinamento são:
- Não se preocupe, a igreja é de Deus, Ele irá resolver qualquer tipo de problema.
Isso vai contra (1Ts 1:1 e 2Ts 1:1) onde a Palavra afirma que a igreja, além de ser de Deus, pertence também aos tessalonicenses. Além desse, há outros versículos que
nos admoestam a zelar pela igreja (2Co 11:2, Cl 4:13, Hb 6:11).
- Não devemos ir contra as autoridades representativas de Deus.
A respeito disto sugerimos a leitura do livro Autoridade e Submissão [SAIBA MAIS].
- Não se preocupe, Deus está vendo a sua fidelidade para com a liderança da igreja. Você está coberto, pois se ele errar, mas você se manter fiel, Deus irá tratar com ele e não com você. Ele irá responder diante de Deus.
E disso que este texto trata, mas antes apresentaremos, para reflexão, os versículos que falam a respeito da desobediência de Moisés e Arão no deserto de Zim:
“Toma a vara, e ajunta a congregação, tu e Arão, teu irmão, e falai à rocha perante os seus olhos, que ela dê as suas águas. Assim lhes tirarás água da rocha, e darás a beber à congregação e aos seus animais. Moisés, pois, tomou a vara de diante do senhor, como este lhe ordenou. Moisés e Arão reuniram a assembleia diante da rocha, e Moisés disse-lhes: Ouvi agora, rebeldes! Porventura tiraremos água desta rocha para vós? Então Moisés levantou a mão, e feriu a rocha duas vezes com a sua vara, e saiu água copiosamente, e a congregação bebeu, e os seus animais. Pelo que o Senhor disse a Moisés e a Arão: Porquanto não me crestes a mim, para me santificardes diante dos filhos de Israel, por isso não introduzireis esta congregação na terra que lhes dei. Estas são as águas de Meribá, porque ali os filhos de Israel contenderam com o Senhor, que neles se santificou.”  (Nm 20:8-13)
Fique atento: Quem bateu na rocha? Moisés. Quem foi acusado? Moisés e Arão. Quem sofreu? Moisés, Arão e toda a congregação.
 “E falou o Senhor a Moisés e a Arão no monte Hor, nos termos da terra de Edom, dizendo: Arão será recolhido a seu povo, porque não entrará na terra que dei aos filhos de Israel, porquanto fostes rebeldes contra a minha palavra no tocante às águas de Meribá.” (...) “Moisés despiu a Arão as vestes, e as vestiu a Eleazar, seu filho; e morreu Arão ali sobre o cume do monte; e Moisés e Eleazar desceram do monte.” (Nm 20:23-24, 28

Depois disse o Senhor a Moisés: sobe a este monte de Abarim, e vê a terra que tenho dado aos filhos de Israel. E, tendo-a visto, serás tu também recolhido ao teu povo, assim como o foi teu irmão Arão; porquanto no deserto de Zim, na contenda da congregação, fostes rebeldes à minha palavra, não me santificando diante dos seus olhos, no tocante às águas (estas são as águas de Meribá de Cades, no deserto de Zim).” (Nm 27:12-14)


Afinal, quem é tua cobertura?
Esta é a pergunta concisa feita por muitos cristãos modernos em toda parte aos que se reúnem fora da igreja institucional. Mas, o que há no âmago desta pergunta? Qual sua base bíblica? É disto que nos ocuparemos neste livro.

Sustento que o ensino moderno conhecido como “cobertura protetora” tem gerado uma enorme confusão e uma conduta cristã anômala. Este ensino afirma que os cristãos estão protegidos do erro doutrinal e do fracasso moral quando se submetem à autoridade de outro crente ou organização.
Entenda a cobertura da IAV através do seu ORGANOGRAMA
A dolorosa experiência de muitos me levou a concluir que o ensino da “cobertura” é um assunto que perturba grandemente a Sião em nossos dias e exige uma reflexão crítica.

Nas páginas a seguir, tento abrir caminho a través da névoa que rodeia aos temas difíceis vinculados com este ensino. Refiro-me a temas tão espinhosos como o da liderança da igreja, a autoridade espiritual, o discipulado e a responsabilidade de prestar contas. Ademais, busco bosquejar um modelo integral que nos permita entender como opera a autoridade na ekklesia (igreja).


A “Cobertura” está Coberta pela Bíblia?
É surpreendente que a palavra “cobertura” apareça apenas uma vez em todo o NT. É usada referindo-se à cabeça coberta da mulher (1 Cor. 11:15). Ao passo que o Antigo Testamento (AT) utiliza pouco este termo, sempre o emprega referindo-se a uma peça do vestuário natural. Nunca é utilizado de maneira espiritual ligando-o a autoridade e submissão.
Portanto, a primeira coisa que podemos dizer acerca da “cobertura” é que há escassa evidencia Bíblica para construir-se uma doutrina. Não obstante, incontáveis cristãos repetem como papagaios à pergunta “quem-é-tua-cobertura?” e insistem nela como se fosse a prova do ácido que mede a autenticidade de uma igreja ou ministério.
Se a Bíblia silencia com respeito à idéia da “cobertura” o que é que se pretende dizer com a pergunta, “Quem é tua cobertura”? A maioria (se insistíssemos) formularia esta mesma pergunta em outras palavras: “A quem você presta contas?”.
Mas isso suscita outro ponto difícil. A Bíblia nunca remete a prestação de contas a seres humanos, mas exclusivamente a Deus! (Mat. 12:36; 18:23; Luc. 16:2; Rom. 3:19; 14:12; 1 Cor. 4:5; Heb. 4:13; 13:17; 1 Pe. 4:5).
Por conseguinte, a sadia resposta Bíblica à pergunta “a quem prestas contas?” É bem simples: “presto contas à mesma pessoa que você, a Deus”. Assim, pois, é estranho que tal resposta provoque tantos mal entendidos e falsas acusações.
Deste modo, embora o tom e o timbre do “prestar contas” difira apenas da “cobertura”, a cantilena é essencialmente a mesma, e sem dúvida não harmoniza com o inconfundível canto da Escritura.


Trazendo à Luz a Verdadeira Pergunta que se Esconde Atrás da Cobertura
Ampliemos um pouco mais a pergunta. Que é que se pretende realmente dizer na pergunta acerca da “cobertura”? Permito-me destacar que a verdadeira pergunta é, “Quem te controla?”.
O (maléfico) ensino comum acerca da “cobertura” realmente se reduz a questões acerca de quem controla quem. De fato, a moderna igreja institucional está construída sobre este controle.

Conseqüentemente, a gente raras vezes reconhece que é isto que está na base da questão, pois se supõe que este ensino esteja bem ancorado nas Escrituras. São muitos os cristãos que crêem que a “cobertura” é apenas um mecanismo protetor.
Assim, pois, se examinarmos o ensino da “cobertura”, descobriremos que está baseado em um estilo de liderança do tipo cadeia de comando hierárquico. Neste estilo de liderança, os que estão em posições eclesiásticas mais altas exercem um domínio tenaz sobre os que estão debaixo deles. É absurdo que por meio deste controle de direção hierárquica de cima para baixo se afirme que os crentes estejam protegidos do erro.
O conceito é mais ou menos o seguinte: todos devem responder a alguém que está em uma posição eclesiástica mais elevada. Na grande variedade das igrejas evangélicas de pós guerra, isto se traduz em: os “leigos” devem prestar contas ao pastor. Que por sua vez deve prestar contas a uma pessoa que tem mais autoridade.
O pastor, tipicamente, presta contas à sede denominacional, a outra igreja (muitas vezes chamada de “igreja mãe”), ou a um obreiro cristão influente a quem considera ter um posto mais elevado na pirâmide eclesiástica.
De modo que o “leigo” está “coberto” pelo pastor, e este, por sua vez, está “coberto” pela denominação, a igreja mãe, ou o obreiro cristão. Na medida que cada um presta contas a uma autoridade eclesiástica mais elevada, cada um está protegido (“coberto”) por essa autoridade. Esta é a idéia.
Este padrão de “cobertura-responsabilidade em prestar contas” se estende a todas as relações espirituais da igreja. E cada relação é modelada artificialmente para que encaixe neste padrão. É vedada qualquer relação fora disto – especialmente dos “leigos” com respeito aos “líderes”.
Mas esta maneira de pensar gera as seguintes perguntas: Quem cobre a igreja mãe? Quem cobre a sede denominacional? Quem cobre o obreiro cristão?
Alguns oferecem a fácil resposta de que Deus é quem cobre estas autoridades “mais elevadas”. Mas esta resposta enlatada demanda outra questão: O que impede que Deus seja diretamente a “cobertura” dos “leigos”, ou mesmo do pastor?
Sem dúvida, o problema real com o modelo “Deus-denominação-clero-leigos” vai bem além da lógica incoerente e danosa a que esta conduz. O problema maior é que este modelo viola o espírito do Novo Testamento, porque por trás da retórica piedosa de “prover da responsabilidade de prestar contas” e de “ter uma cobertura”, surge ameaçador um sistema de governo que carece de sustento bíblico e que é impulsionado por um espírito de controle.

A IDEIA DE COBERTURA
Na Igreja atual há um ensino popular: cada pessoa deve estar debaixo de um tipo de "cobertura". O pensamento por trás disto é que todo homem deve estar submisso a um líder ou a um grupo de líderes que supervisionam sua vida. O que se crê é que, através dessa supervisão, muitos erros, excessos e pecados serão evitados. Imagina-se que, pela submissão a outros ho­mens, pode-se estar protegido e guiado apropriadamente. Por ser esse ensino tão predominante hoje, é necessário gastar algum tempo examinando tal tema.
Então, o que o Novo Testamento ensina sobre "cobertura"? Existe, de fato, uma passagem muito importante, que trata especificamente desse assunto, embora ela não seja bem com­preendida. Em 1 Coríntios 11:3-7, lemos sobre a importância das mulheres usarem um tipo de cobertura na cabeça, quando estão orando ou profetizando, para demonstrar a submissão delas a um homem, seja ele o marido, o pai etc. Essa cobertura, então, é o símbolo da submissão dela a um homem.
A razão pela qual usei aqui a palavra "símbolo" é que é pos­sível uma mulher cobrir fisicamente sua cabeça e não ser sub­missa de maneira alguma. Uma mulher pode ser extremamente rebelde e, ainda assim, usar algum tipo de véu ou chapéu. Portanto, é lógico concluir que qualquer tipo de cobertura que ela utilize é apenas símbolo da atitude de seu coração. A ver­dadeira cobertura significa que ela humilhou seu coração diante de seu marido, ou de seu pai, e que ela deseja deixar que ele seja a sua cabeça, em todos os sentidos dessa palavra, os quais estivemos estudando.
Na primeira parte dessa passagem bíblica, os homens estão proibidos terminantemente de usar qualquer tipo de cobertura. Quando os homens estão exercendo dons espirituais na igreja -orando ou profetizando, por exemplo - eles são proibidos de cobrir a cabeça (vs. 4). Por que isso é assim? Porque a verdadeira Cabeça deles é Cristo (vs. 3). Se eles usam uma cobertura, eles desonram a Cabeça verdadeira (Jesus).
Deixe-me repetir: qualquer "cobertura" física é simples­mente um símbolo da posição do coração. Seguindo a nossa ló­gica anterior, isso significa que, se eles se colocam debaixo da cobertura de ou em submissão a outro homem, eles enver­gonham a verdadeira Cabeça. Eles "desonram" Cristo, que é a Cabeça deles (vs. 4).
Quando um homem se coloca "debaixo de" ou em submis­são a outro homem, declara que a sua verdadeira Cabeça não é suficiente. Ele está colocando a sua confiança em um outro alguém. Se uma mulher tem um marido e coloca-se em posição de submissão a outro homem (o que ocorre no caso de adultério, por exemplo), ela envergonha o seu marido. Em essência, declara que seu marido não é suficientemente viril para liderá-la e satisfazê-la.
Do mesmo modo, qualquer homem que substitua a lide­rança de Cristo tomando um outro homem como sua "cobertu­ra", está causando a maior desonra a Ele. É uma afronta, uma declaração de que ele prefere e tem mais confiança na liderança de um ser humano, do que na verdadeira Cabeça. Entretanto, nosso Senhor Jesus é totalmente capaz de ser a Cabeça e o líder de todo homem (vs. 3).
Enquanto muitos crentes, ao longo dos anos, têm usado essa passagem para argumentar e provocar divisões, tratando a respeito das mulheres e de seus chapéus ou véus, parece que poucos têm compreendido o ponto principal desse ensino.
Paulo começa seu discurso com o problema dos homens, e não das mulheres. Sua primeira instrução é sobre a possibili­dade de um homem desonrar a sua verdadeira Cabeça, ao aceitar uma outra "cobertura". Em seguida é que ele traz o assunto das mulheres, usando-as como exemplos para explicar mais exatamente o significado de seu ensino.
Se ignoramos a advertência ali sobre os homens, que se sub­metem a uma figura de autoridade que não seja Cristo, perdemos completamente o significado da mensagem. Certa­mente a principal preocupação de Paulo não era sobre homens usando chapéus no culto, mas sobre eles aceitarem outra cabeça no lugar de Cristo.

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